Está previsto para março o anúncio oficial da federação entre o PP e o União Brasil. Com 108 deputados federais e 15 senadores, os dois partidos terão a maior bancada no Congresso Nacional. Fortalece o poder de barganha por espaços na Esplanada dos Ministérios e ganha mais musculatura para interferir no resultado de uma votação.
Os partidos mantêm a sua estrutura e autonomia administrativa própria, com o comando dos diretórios estaduais e municipais, mas terão de andar juntos, obrigatoriamente, com o mesmo posicionamento — tanto no Congresso Nacional, como nas demais casas legislativas.
No Paraná, de imediato, a federação já assume o status de segunda maior bancada na Assembleia Legislativa — atrás somente dos 16 deputados do PSD do governador Ratinho Junior. O futuro casamento vai formatar um grupo de 11 parlamentares: sete do União e quatro progressistas. Embora a união, não seja o melhor predicado do União.
Estarão ombreados na mesma fileira, por exemplo, Ricardo Barros e o senador Sergio Moro. Sempre foi notório o antagonismo entre eles. Barros sempre publicizou críticas à atuação de Moro na condução da operação Lava Jato na Justiça Federal. De outro lado, o PP foi um dos principais alvos das inúmeras fases da operação de combate à corrupção.
Lado a lado — Num evento realizado nesta semana, conforme mostrado pelo Blog Politicamente, os dois estiveram lado a lado. Fontes ligadas aos dois caciques contam que a relação tem se distensionado e caminha para um armistício. Alguns mais ousados, já cogitam uma dobradinha: Moro cabeça de chapa na eleição majoritária do Paraná de 2026 com Ricardo Barros como candidato ao Senado.
No cenário da política de Curitiba, tanto União quanto PP tem seus representantes que podem disputar a prefeitura da capital ou ser encaixados como vice numa composição partidária. Do lado do União, Ney Leprevost poderia ser uma aposta. Bem quisto com a executiva nacional, especialmente com Luciano Bivar, mas agora nem tanto com a bancada estadual, Ney pode ser a bola da vez.
Do lado progressista, desponta o nome da deputada Maria Victória, filha de Ricardo Barros, que na eleição municipal de 2016 já disputou a prefeitura da capital.
Se comandar um partido, por muitas vezes é complicado, imagina atender aos anseios de duas legendas com peso político relevante. Este deve ser o desafio de Felipe Francischini, que comanda o diretório estadual do União Brasil, e de Maria Victória do lado progressista. “Estamos esperando as definições nacionais para iniciar as tratativas nos estados. Será preciso chegar a um consenso em todos os municípios”, disse Francischini.
Tanto Maria Victória quanto Ricardo Barros não responderam aos questionamentos do Blog Politicamente.