A duas semanas do fim do prazo das convenções partidárias, quando os partidos apresentarão os candidatos a deputado estadual, federal, senador e ao governo do Paraná aos eleitores, já tem gente de olho nas secretarias e cargos em estatais num eventual segundo governo de Ratinho Junior (PSD).
Espaços num futuro governo fazem parte de 10 entre 10 reuniões políticas que tratem de alianças para a eleição de outubro. O Blog Politicamente conversou com caciques partidários, fontes do Palácio Iguaçu, e pessoas que trabalham nos QG`s, alguns em processo de montagem ainda, de campanha.
Além das estatais, a nova queridinha, o objeto de desejo dos políticos, é a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas (Sedu). Estrategistas políticos avaliam a Sedu como o caminho mais curto, um trampolim, para governar o Paraná. Na predileção dos políticos, a Sedu esta a frente da Casa Civil, que comanda administrativamente o governo, e a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil) — dona de um gordo orçamento.
Antes relegada, a Sedu é motivo de cobiça. É para lá, por exemplo, que o prefeito Rafael Greca (PSD) quer ir depois de deixar a prefeitura de Curitiba, em 2024, e para isso tem feito costuras políticas.
Mas o que a Sedu tem? Basicamente é lá que se faz a tradicional política. Com dinheiro em cofre e planejamento de obras por todo o Estado, o titular da pasta faz um estica e puxa na agenda para encaixar reuniões com prefeitos e inaugurações in loco nos municípios. É a receita para garantir um amplo apoio que será colhido no período eleitoral. Ratinho Junior, no governo Beto Richa, fez muito bem isso. E chegou lá — sempre ladeado pelo fiel escudeiro João Carlos Ortega, hoje chefe da Casa Civil.
Hoje quem ocupa a Sedu é Augustinho Zucchi, ex-prefeito de Pato Branco, mas o interesse dele não é o governo do Estado. Zucchi, como mostrou o Blog Politicamente, aguarda ansioso pela aposentadoria do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Artagão de Mattos Leão, que faz 75 anos em outubro. É para lá que os acordos políticos, muito bem firmados e iniciados lá em 2018, o levarão — a não ser que haja percalços no meio do caminho. Do 4 andar do Palácio Iguaçu, Ortega vê tudo e esta a par de cada contrato firmado na Sedu — para que nada saia do que foi planejado e desenhado.
A Infraestrutura deixou de ser objeto de desejo depois da devassa provocada pela operação Integração, um braço da Lava Jato, que desnudou a corrupção em contratos de pedágio e levou muita gente para a cadeia — inclusive o ex-governador Beto Richa e o irmão dele, Pepe Richa, que comandava a Seil. Com a lupa apontada para lá, a infraestrutura deixou de ser “atraente”.