Talvez você não lembre. Mas no início desta semana, o Blog Politicamente anunciava o plano do marqueteiro gringo para colocar água gelada nas pré-candidaturas de César Silvestri Filho (PSDB) ao governo do estado e na de Guto Silva (PP) ao Senado Federal. Dito e feito. Clique aqui e relembre.
Dizíamos na segunda-feira que o grupo do gringo correu para colocar em pé a estratégia de realizar pesquisas simultâneas e de registar rapidamente uma amostra estadual do instituto IRG, do estatístico e professor Ricieri Garbelini. Ontem, quatro dias depois, saiu o resultado da pesquisa. E aí veio aquela sensação de Déjà vu.
O tucano não se mexeu na pesquisa. Em abril, também no levantamento do IRG, tinha 2,9% e na pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19) ficou com 2,7%. Tá certo que o governador Ratinho Junior (PSD) e o petista Roberto Requião também ficaram praticamente imóveis. Essa mesmice não significa que o plano do gringo não funcionou. Se o tucano esperava dar um arranque nas pesquisas com o programa eleitoral no rádio e na TV, veio a água gelada.
Cabeça d`água — Se o tucano recebeu um balde de água gelada, o que dizer de Guto Silva. Para cima do progressista veio uma cabeça d` água. Guto apareceu na pesquisa do IRG com 4,5% das intenções de voto – 10x menos que Alvaro Dias (Podemos) que disputa a reeleição e liderou a mais recente pesquisa do IRG.
O que mais chamou a atenção dos analistas que dão ponto no Centro Cívico e estão atentos a tudo nem foi a diferença ao Alvaro, mas sim o empate técnico com Orlando Pessuti (MDB). Sim. Orlando Pessuti. O emedebista deixou o governo há mais de 10 anos, passou pouco tempo no BRDE, e tem dividido seu tempo entre Curitiba, em algumas reuniões políticas, e no Balneário de Marajó, em Matinhos, onde nos fins de semana de sol, na cobertura do condomínio de frente para o mar, tem dado atenção aos netos. Mesmo assim, ele foi lembrado por 4,3% dos eleitores — o que o deixou animado, para desgosto da Dona Regina que, com pulso sempre firme, já pensava que o sobrenome agora seria carregado pelo filho Bruno — ex-vereador, hoje chefe de gabinete do vice-prefeito Eduardo Pimentel.
Guto Silva, por sua vez, está na crista da onda. Jovem, atlético, ele tem percorrido, de segunda a segunda, agendas políticas das três esferas de poder. Quase onipresente, Guto Silva está em eventos da prefeitura de Curitiba, ao lado do prefeito Rafael Greca; em solenidades, sempre sorridente, do Governo do Estado acompanhando Ratinho; e em compromissos do Governo Federal tentando colar sua imagem com a do presidente Jair Bolsonaro.
A tarde, UFA!, ainda se faz presente nas sessões da Assembleia Legislativa honrando o mandado de deputado estadual. Sem contar no tempo em que se dedica a gravar vídeos engraçados, outros nem tanto, nas redes sociais — espaço que compartilha com seus seguidores esta rotina política/pessoal insana.
Dança (portenha) da chuva — Apesar da correria e do quase ostracismo de Pessuti no cenário político paranaense, a pesquisa IRG trouxe Guto Silva com 4,5% e o emedebista com 4,3%. Sinal amarelo de alerta no QG de Ricardo Barros. Desta maneira, nem mesmo o estrategista Barros terá muito o que fazer. Lá dentro já se estuda uma nova alternativa para Guto Silva na eleição que se avizinha. Alguns mais ousados sonham até em fazê-lo vice de Ratinho.
Ciente desta, por ora, utopia progressista, o gringo já planeja novas chuvas e trovoadas – quiça até uma nova cabeça d`água. Nem que para isso ele precise largar os coletes, botas e lenços, típico traje argentino, para vestir a tanga, pegar nos cipós e começar a dança da chuva.