Um dia depois que saiu a exoneração do marroquino Mehdi Mouazen da diretoria de Inteligência e Informações Estratégicas da Controladoria Geral do Estado do Paraná (CGE), foi publicada a designação dele na função de assessor na Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná). A portaria, número 050/2024, foi assinada pelo presidente interino da Celepar, John Fabio Juskas Neves Filho.
Uma fonte palaciana conta que muito provavelmente Mouzen vai comandar o projeto Harpia — um inédito e complexo cruzamento de dados e informações que identificará riscos e seus responsáveis durante o processo de compras e contratações do governo para evitar desvios, fraudes e atos de corrupção.
Sempre discreto, mas com excelente trânsito no 3° e 4° andares do Palácio Iguaçu, Mouazen ganhou os holofotes da imprensa depois que o deputado de oposição Requião Filho, do PT, pediram explicações ao governo do Estado sobre a criação e as atribuições da Diretoria de Inteligência da CGE — na esteira do escândalo nacional sobre a polêmica ferramenta israelense First Mile usada ilegalmente por servidores da pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), no governo do presidente Jair Bolsonaro, para rastrear jornalistas, políticos, integrantes do Poder Judiciário, entre outros, num esquema de espionagem ilegal.
O Ministério Público do Paraná chegou a apurar o caso e, em dezembro de 2023, arquivou a investigação de possíveis irregularidades no uso de softwares de interceptações telefônicas pela diretoria que era comandada por Mouazen.
O Governo do Estado justificou a saída de Mouzen da CGE como uma mudança comum no quadro de servidores comissionados na administração pública.