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Ministro critica venda da Eletrobras, mas silencia sobre Copel

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O apagão do setor elétrico que atingiu praticamente todo o país nesta semana expôs duas posições conflitantes do ministro de Minas e Energia do governo Lula, Alexandre Silveira, para, basicamente, o mesmo tema.

Ao comentar a falha elétrica, que provocou o apagão, o ministro de Lula fez críticas ao processo de privatização da Eletrobras. “Eu seria leviano em apontar que há uma causa direta [desse evento] com a privatização da Eletrobras. Mas a minha posição sempre foi a de que um setor como este deve ter uma mão firme do Estado brasileiro, como saúde, segurança e educação”, disse.

No entanto, um dia antes desta declaração, Alexandre Silveira assistiu à festividade promovida pela Bolsa de Valores ao governador do Paraná, Ratinho Junior, e a direção da Copel, pela venda de ações no mercado — que movimentou mais de R$ 5 bilhões. Sobre a desestatização da companhia paranaense, o ministro não teceu um comentário sequer, lembrando apenas da Eletrobras.

O motivo do “esquecimento” mo ministro de Minas e Energia talvez seja explicado pelo fato de Silveira e Ratinho pertencerem ao mesmo PSD — chefiado por Gilberto Kassab, secretário de governo de Tarcísio Freitas, em São Paulo,  que, inclusive, esteve na Bolsa de Valores para cumprimentar o governador paranaense.

A Eletrobras foi privatizada em junho de 2022, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O modelo escolhido foi de aumento de capital da estatal em bolsa, o que diluiu a participação da União para cerca de 40%. O governo federal perdeu o controle acionário, tendo seu poder de voto reduzido a 10%, conforme o modelo de corporação adotado pela companhia privatizada.

No início desta semana, foi a vez da Copel, que deixou de ser estatal e se transformou numa corporação, e percorreu basicamente o mesmo caminho da Eletrobras, aberto pelo decreto baixado pelo ex-presidente Bolsonaro. Ou seja, no caso da Eletrobras a percepção da necessidade do braço forte do Estado, mas com relação à Copel o ministro passou pano e silenciou.

 

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