Maria Victoria fala em eleição aberta e quer “levar o Centro para os bairros” de Curitiba

Com o mote de ser a primeira prefeita da história de Curitiba, Maria Victoria (PP) se apresenta novamente como candidata ao Palácio 29 de Março nesta eleição de outubro — depois do revés no pleito de 2016, quando terminou em quarto lugar com 5% dos votos. Mais experiente política e pessoalmente, por conta da maternidade das três Marias, a progressista filha de Ricardo Barros e Cida Borghetti, apresenta ao eleitor curitibano uma administração com a sensibilidade de uma mulher, com a “capacidade de resolver várias questões ao mesmo tempo. Está na hora de Curitiba tem uma prefeita mulher”, repete diariamente a candidata. E dá um recado ao eleitor: a eleição em Curitiba está aberta, citando os mais de 60% de eleitores indecisos na cidade, apontados pelo Paraná Pesquisa em sondagem eleitoral divulgada nesta quarta-feira.

Foto: Reprodução/Youtube/Rádio Banda B

Ela participou nesta quarta-feira da sabatina promovida pela Rádio e Portal Banda B em conjunto com o Blog Politicamente. Para a série de entrevistas, foram convidados seis dos dez concorrentes que obtiveram o mínimo de 5% das intenções de votos na pesquisa Radar, contratada pela Banda B, registrada sob o número 03410/2024 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Nesta quinta-feira (10), a sabatina será com o candidato Luciano Ducci (PSB), das 13h15 às 14h — com transmissão pelas redes sociais da Banda B e do Blog Politicamente.

Assista à sabatina completa de Maria Victoria

A propaganda eleitoral no rádio e na TV de Maria Victoria tem enfatizado, repetidamente, dois focos: os radares instalados em Curitiba e a diferença da qualidade/realidade de vida no Centro da cidade em comparação com os demais bairros. A progressista promete padronizar a velocidade dos veículos, evitando que o motorista trafegue numa mesma via com limites distintos. A questão dos radares parece ter surtido efeito já que a campanha do vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) resolveu responder — sem citar o nome da adversária.

Eduardo tem dito que a questão dos radares é de atribuição federal, regido pelo Código Brasileiro de Trânsito. “Tem muita pegadinha por aí. Tem muito candidato dizendo que vai tirar multa, que vai padronizar, isso é uma questão nacional”. O marqueteiro argentino Pablo Nobel, que cuida da comunicação da candidatura do PP, deu aval para um novo comercial, que entrou no ar nesta quarta-feira, em resposta ao candidato do PSD, mas sem citá-lo.

Maria Victoria quer duas advertências antes de multa

Maria Victoria vai apresentar a ideia de fazer duas advertências para quem for flagrado pelos radares antes da aplicação da multa. E ela rebate o candidato dos palácios Iguaçu e 29 de Março citando o artigo 267 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que permite a conversão de multa em advertência. “Dá para fazer, precisa querer. Você pode ter certeza, eu quero. Radar que adverte duas vezes antes da multa é possível, é viável e eu vou fazer”, reforça a candidata no material que está no ar nas emissoras de televisão e de rádio.

O pano de fundo para a questão dos radares é a arrecadação obtida com as multas aplicadas e, principalmente, a destinação deste montante de recursos. “É prerrogativa do prefeito, está previsto no Código de Trânsito Brasileiro aplicar advertência antes da multa. O radar precisa ser educativo, mas não arrecadatório. Duas advertências antes da multa. O artigo 267 diz que prefeito pode dar advertência antes da multa”, disse Maria Victoria durante a sabatina.

Com relação à ideia de “levar o Centro para os bairros de Curitiba”, a candidata cita que longe da região central da capital e promete asfaltar todas as ruas da cidade. “Nos bairros falta pavimentação de qualidade, saneamento, árvore, parquinho, área de lazer e iluminação. Onde tem luz, tem vida, tem ruas muito escuras, o que significa que as pessoas que passam por ali tem medo. Luz traz segurança”, cita. Aliás, sobre segurança, Maria Victoria prometeu dobrar o número de guardas municipais, através de concurso público, e equipá-los.

Mãe das três Marias, Antonieta, Valentina e Stefania, a candidata promete abrir novos CMEI`s (Centros Municipais de Educação Infantil) para atender as crianças de 0 a 3 anos — cujo deficit de vagas é de 50%. Mas enquanto estiver na fase de construção, ela propõe o “vale-creche”, com o qual as crianças que atualmente estão “na fila” poderão utilizar creches credenciadas que serão pagas pela Prefeitura de Curitiba, de modo a “zerar” a fila de espera por vagas.

Tarifa de ônibus: R$ 1 para estudantes e aos sábados e domingos

Outro tema recorrente em toda a eleição, com o diferencial que em 2025 haverá uma nova licitação para o transporte público de Curitiba, a tarifa de ônibus ganha espaço no plano de governo do PP. Como primeira medida do mandato, Maria Victoria ousa ao prometer congelar o valor da passagem, até a nova concessão, tarifa de R$ 1 para estudantes, acompanhantes de idosos e aos sábados e domingos — como forma de fomentar o comércio e o lazer. A progressista aposta na instalação de câmeras de reconhecimento facial

“É uma proposta que pode ser feita até a nova concessão ano que vem. Não é viável a tarifa zero em Curitiba. Estamos propondo passagem a R$ 1 para estudantes todos os dias, para evitar evasão escolar, incentivando a educação, passagem a R$ 1 nos sábados e domingos. Já funcionou em Curitiba”, completa.

Maria Victoria também propõe o VLP (Veículo Leve sobre Pneus) como novo modal circulando em cima do asfalto numa linha reta por 16 kms ligando Curitiba ao aeroporto de São José dos Pinhais, pela Avenida das Torres, com financiamento privado ou num acordo tripartite entre município, estado e governo federal, mas que a prioridade é, primeiramente, atender as demandas mais prioritárias, como vaga em creche, saúde e segurança.

Violência contra a mulher também foi tema da sabatina, com a criação da Secretaria da Mulher, Diversidade e Igualdade Racial. Maria Victoria pretende conceder auxílio à mulheres violentadas com medida protetiva concedida pelo Poder Judiciário. “São cerca de 8 mil mulheres. Vamos dar esse auxílio financeiro. Precisamos dar essas condições para que essas mulheres”, diz, sem citar o valor do benefício. Além disso, ela pretender ceder um terreno na Região Sul de Curitiba, que segundo ela tem mais registros deste tipo de violência contra a mulher, para construir uma nova Casa da Mulher Brasileira. “Ao dobrarmos o efetivo da Guarda Municipal conseguiremos aumentar a patrulha Maria da Penha e da criança”.

Maria Victoria fez questão de enaltecer os pais pelo aprendizado político, que vem de berço. Ela comentou a fracassada negociação de ser a vice de Eduardo Pimentel ainda na pré-campanha e, depois, de virar 1ª secretária da Assembleia Legislativa. “Houve sim uma conversa sobre esta possibilidade de somarmos nosso partido junto ao do Eduardo, mas politica é assim mesmo, eles acabram escolhendo um partido com mais tempo de televisão e com apoio de alguns players nacionais”, disse sem citar o PL e Jair Bolsonaro.

Aliás, Maria Victoria tem mencionado com frequência o nome de Bolsonaro, apesar do ex-presidente ter declarado apoio ao candidato do PSD que, até agora, o deixou “de fora” da campanha.

“Meu pai foi líder do governo dele [Bolsonaro], sempre apoiamos ele e gostaria muito desse apoio” disse.

 

 

 

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