Marcio Nunes e União Brasil emperram definição do secretariado

O secretariado do governador Ratinho Junior ainda não está completo. E muito em função de dois fatores: Marcio Nunes e União Brasil.

Deputado estadual e importante aliado do governador, Marcio Nunes alcançou um importante resultado nas urnas, tendo pouco mais de 126 mil votos — o segundo mais votado no Estado.

Se na primeira gestão ele foi secretário de Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Sedest), no segundo governo tinha a esperança de, no mínimo, reassumir a antiga função.

Na reforma administrativa promovida pelo Governo, a Sedest foi dividida em duas: Desenvolvimento Sustentável e Turismo. A primeira deve ficar sob o comando de Valdemar Jorge — presidente estadual do Republicanos.

Em reunião no Palácio Iguaçu, há quase duas semanas, Marcio Nunes foi convidado a assumir a pasta do Turismo. Saiu do Palácio cuspindo marimbondo e minutos depois já dizia a alguns mais próximos que não iria aceitar. E o tom só tem se elevado.

Conta uma boa fonte, que Marcio Nunes tem dito que vai declinar do convite e permanecerá deputado estadual. A resposta não foi oficializada ao governador Ratinho. “Talvez na frente do governador a coisa mude, mas hoje ele (Marcio Nunes) não quer assumir o Turismo”, disse a fonte.

“Esses não” — Já o imbróglio envolvendo o União Brasil é diferente. O partido, com maior tempo de televisão e com gordo fundo partidário, se aliou a Ratinho Junior na campanha de reeleição com a promessa de ocupar duas secretarias de Estado.

Foram ofertadas a Justiça e o Trabalho. De imediato, veio a primeira reclamação: “secretarias esvaziadas”. Superado o primeiro obstáculo, começaram reuniões internas para indicar os secretários. E aí surge o segundo impasse.

Uma fonte palaciana diz que os dois indicados pelo União Brasil foram vetados. O governo passou a negociar com o diretório nacional e começou a chamar deputados estaduais do União para compor o secretariado.

Mauro Moraes, por exemplo, foi chamado para assumir a secretaria do Trabalho nos últimos dias de 2022. Ficou todo animado e passou a virada do ano com a resposta pronta na ponta da língua.

Hoje sim… Hoje não — Ontem, Mauro Moraes esteve no Palácio para dar o sim ao governador. Mas, conta a fonte palaciana, não bastou o sim do deputado. O Palácio Iguaçu espera a anuência do União Brasil, que, por sua vez, já mandou o recado: Mauro Moraes, se escolhido secretário, será da cota pessoal do governador, não será do partido.

A negociação segue. Tanto para convencer Marcio Nunes a assumir o Turismo quanto de sensibilizar a direção paranaense do União Brasil.

Paciência —  Sergio Moro, senador eleito e um dos caciques do União Brasil, não tem (ainda) a paciência política. Com tantas idas e vindas, ele já abandonou a negociação com o governo do Estado e sinalizou com um posicionamento de independência na Assembleia Legislativa — decisão que agradou a outros quadros do partido.

Lorde e o Foro — Nelson Justus, o Lorde, acompanha tudo ansioso da bela casa em Guaratuba — seu principal reduto eleitoral. Fala ao telefone com frequência para se atualizar das negociações do partido.

Como 1° suplente, ele torce para que um deputado estadual do União assuma o cargo no Executivo — principalmente para manter o foro privilegiado no Tribunal de Justiça do Paraná. Por lá, repousa a ação criminal contra o Lorde que caminha para prescrição de todos os crimes imputados a ele no escândalo dos Diários Secretos.

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