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O serviço de transporte público é um dos assuntos que tem pautado os candidatos à prefeitura de Curitiba durante toda a campanha eleitoral. Aliás, é um assunto recorrente. A previsão de que haverá uma nova licitação para selecionar as empresas que irão atuar no sistema em Curitiba, no segundo semestre de 2025, e o preço da tarifa, tanto técnica quanto a que será cobrada ao usuário, são elementos que fomentam as discussões.
Entre 2004 e 2024, a tarifa do transporte público de Curitiba aumentou 252,9%, passando de R$ 1,70 para R$ 6,00. Ao mesmo tempo, existe por parte de alguns candidatos, a promessa de a cidade ter tarifa zero — pelo menos aos domingos. O que é certo é que há um abismo que separa a promessa da real viabilidade da gratuidade da passagem — principalmente por se tratar de um processo licitatório, que permite apenas projeções e expectativas.
Diante dos sinais de esgotamento do atual modelo de transporte público, Curitiba enfrenta ainda um outro dilema em relação ao serviço, que é a necessidade da modernização do modal que já foi muito copiado, inclusive, por cidades de outros países. Alguns falam em VLT, outros em VLP e há quem defenda a implantação do metrô, ou pelo menos o início das obras.
O transporte público também está diretamente relacionado ao planejamento do trânsito da cidade. Os congestionamentos constantes travam a cidade nos horários de pico. Além disso, as ruas que alimentam as principais vias, necessitam de manutenção.
Para manter o título de capital ecológica, os candidatos não podem deixar de lado o incentivo do uso de meios de transportes não poluentes.
Desafogar o trânsito da cidade é mais um desafio para quem assumir a prefeitura em 2025. Cada vez mais as ruas estão congestionadas. Segundo o Denatran, Curitiba possui uma frota de 1,7 milhão de veículos. Proporcionalmente é como se cada morador de Curitiba possuísse um carro.
A reestruturação do sistema viário é mais que necessária. As ruas precisam de melhorias e políticas de incentivo para o uso de modais alternativos precisam ser implementadas.
Para entender o que cada um dos candidatos pretende fazer a respeito dos dois temas, numa possível vitória nas urnas, o Blog Politicamente resumiu as propostas. Confira.
Caldas defende que os contratos de concessões do transporte público sejam auditados e propõe, inclusive, a instalação de uma CPI. O plano da candidata destaca que irá estimular o uso do sistema, divulgando os itinerários e rotas. Para ela, é necessário também reativar e expandir a integração metropolitana, voltando a unificar o cartão transporte. A criação de novas linhas estaria condicionada a uma consulta pública. Outra proposta é a utilização de cartão magnético, para ampliar a integração tradicional dos terminais também para os convencionais e as paradas avulsas nas praças do centro da cidade. Caldas defende a implantação da tarifa zero a médio prazo, passando o controle de todo o sistema para o governo, sem a participação do setor privado, e com uma frota de veículos movidos a biocombustível e eletricidade.
O uso da bicicleta é destaque no plano de governo de Caldas que aponta a necessidade de aumentar a rede de ciclovias para conectar os bairros. A instalação de paraciclos e bicicletários nos terminais de ônibus, estações e outros pontos de embarque fazem parte da proposta. A melhoria do calçamento para pedestre, com estrutura de acessibilidade também está previsto.
Graeml quer implementar o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) para modernizar o sistema de transporte da capital. Outra alternativa é a instalação dos monotrilhos em vias de tráfego intenso e para conectar bairros distantes. O plano prevê ainda discutir com a população a melhor forma de contratação de empresas que prestarão o serviço. A candidata também apresenta a possibilidade de tarifa única para várias viagens dentro de um tempo específico. Graeml também quer a otimização dos terminais com a construção de edifícios com estacionamentos e salas comerciais. A proposta é gerar receita para o município em parceria com a iniciativa privada. E os passageiros terão acesso a um aplicativo que irá informar, em tempo real, os horários de chegada dos ônibus além de planejar as rotas de destino.
A candidata quer reduzir os congestionamentos com a construção de trincheiras e viadutos. Outra medida é a padronização dos limites de velocidade em 60 e 40 km/h. A instalação de semáforos inteligentes é outra medida para melhorar o fluxo de veículos. Se for eleita, a candidata quer instalar corredores específicos para os motoentregadores para diminuir o risco de acidentes. Os radares de controle de velocidade deverão estar em locais visíveis e sinalizados com o intuito de tornar o equipamento como instrumento educacional e com foco na segurança e não como meio arrecadatório e punitivo. A revitalização e ampliação das ciclofaixas é uma forma de estimular a população a bicicleta como meio de transporte.
As propostas para o transporte público que fazem parte do plano de governo de Eduardo Pimentel são bem detalhadas, apesar de parte delas fazerem parte da atual gestão. O documento aborda a criação de um modelo para o edital da nova concessão com tarifa acessível. Estão previstas a ampliação da frota de veículos não poluentes, a construção de novos terminais, estações, obras “estruturantes” para o Inter 2, e a instalação do BRT (faixa exclusiva) Leste-Oeste. Outro foco é a instalação de um sistema de bilhetagem mais moderno com reconhecimento facial dos passageiros. A criação da tarifa zero também é citada, porém não contempla todos os usuários do sistema. Os desempregados, por exemplo, terão direito ao benefício. A domingueira, valendo 50% do valor da tarifa (incluindo feriados), é um dos incentivos para o uso mais frequente do transporte público. Pimentel quer aumentar a velocidade operacional dos principais eixos, como as canaletas, com a instalação de semáforos inteligentes que darão prioridade aos ônibus. O sistema terá ainda a integração temporal, em que o passageiro pode fazer várias viagens dentro de um determinado espaço de tempo. Pimentel pretende criar o VLT ligando Curitiba até o Aeroporto Internacional em São José dos Pinhais, que segundo o candidato já está em estudo junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Nacional (BNDS). Para a melhoria da integração metropolitana a sugestão é a criação de um novo modelo de gestão, seguindo as diretrizes do Estatuto da Metrópole.
A melhoria no trânsito de Curitiba contempla a criação de estrutura para incentivar o uso de carros elétricos com a instalação da rede pública de recarga para carros particulares e comerciais junto às vagas do Estar. Por meio de Lei, o governo municipal dará incentivo para substituir a frota de táxi de motor a combustão por veículos movidos a eletricidade. A malha de ciclofaixas será ampliada como alternativa de mobilidade. O Plano prevê uma série de obras que vão afetar diversas ruas e avenidas da cidade para a implantação de faixas exclusivas para ônibus e melhorar a fluidez do trânsito em geral. A construção de viadutos, de novas calçadas, a estruturação de novos binários e o recapeamento asfáltico de ruas de diversos bairros, completam os objetivos do candidato para o sistema viário.
De forma muito resumida, Felipe apenas aponta que o transporte público é um direito de todo cidadão. O candidato defende a estatização do serviço, que deve ser integrado, e oferecido gratuitamente.
O plano prevê o fim da “indústria da multa” alegando que os radares geram penalidades que, na prática, é mais um modo de imposto que recai sobre parte da população.
Ducci abre as propostas do transporte público abordando a necessidade da capital do Paraná fazer parte de um debate nacional sobre a gratuidade do serviço, porém não chega a especificar se a tarifa zero é uma meta do governo. Para diminuir os custos operacionais, Ducci pretende negociar a redução de impostos estaduais e federais que incidem sobre o biocombustível, elemento obrigatório para mover a frota a partir da nova licitação. O candidato quer ouvir a população em todas as etapas do processo da nova licitação de concessão do serviço. Se for eleito, a tarifa domingueira deve voltar para ampliar o número de passageiros utilizando o sistema. As empresas que vencerem a licitação deverão fornecer veículos equipados com ar condicionado. A substituição dos ônibus será feita a cada 10 anos. Ainda em relação ao transporte público, o candidato faz uma crítica ao fato de gestões anteriores terem desperdiçado recursos a fundo perdido dos governos federal e estadual para a implantação do metrô. Porém não apresenta como meta a retomada do projeto.
O uso da bicicleta, como meio de transporte alternativo, será incentivado com a instalação de vias próprias para este veículo. Vale destacar que o candidato a vice-prefeito de Ducci é um cicloativista. O plano prevê ainda a retirada de trilhos da linha férrea da área urbana. Os trens de carga serão desviados por dois ramais, o Oeste e o Contorno. Com isso, as áreas ocupadas pelos trilhos serão readequadas e poderão ser usadas para criação de binários, parques lineares e estruturas de lazer. A instalação de rotatórias é apontada como uma solução para melhorar o tráfego em locais que se formam “nós de trânsito”. O candidato finaliza suas propostas para a mobilidade citando a ampliação de pavimentação definitiva nos bairros de Curitiba.
Locomoção ágil e sustentável é a proposta de Luizão que afirma que irá reduzir a tarifa do sistema de transporte público para R$ 4,00. A fórmula para isso é a realização de uma licitação ampla e transparente, subsidiando as linhas que chegam aos bairros mais distantes do centro. O candidato afirma que tornará o acesso às informações relacionadas à URBS mais transparentes. O VLT é uma opção de modal para o transporte público no caso de Luizão governar a cidade. As linhas fariam a ligação entre os bairros Santa Cândida e Pinheirinho, aproveitando a proposta de trajeto do projeto do metrô. Outra linha faria a ligação entre a Rodoferroviária e o Aeroporto Internacional de Curitiba. As estações tubos passarão por reformas e novas deverão ser construídas. Os terminais serão reestruturados para trazer mais conforto aos passageiros.
O candidato quer criar novos binários e construir trincheiras, túneis e viadutos para melhorar o trânsito de diversas vias, incluindo a Linha Verde. O plano prevê um estudo para justificar a presença de radares nas ruas com a finalidade de combater a “indústria da multa”. Outra proposta é a unificação de velocidade máxima permitida nas ruas em 60 km/h. Calçadas com estruturas para atender às pessoas com deficiência físicas.
Maria Victória abre as suas propostas para o serviço de transporte afirmando que fará o congelamento da tarifa até que surja, propostas que definam um preço justo da passagem. Ao mesmo tempo afirma que estudantes, trabalhadores de baixa renda e acompanhantes de idosos terão direito a tarifa reduzida. O valor também será menor aos sábados e domingos. A implantação do VLP elétrico (veículo leve sobre pneus) é a proposta da candidata para ligar a Rodoferroviária até o aeroporto Internacional em São José dos Pinhais.
Na possibilidade de assumir a prefeitura Maria Victoria vai incentivar a população a usar a bicicleta, inclusive nos bairros, que deverão receber vias próprias para este meio de transporte. Os radares passarão a emitir advertências antes de aplicar multas definitivas. As calçadas também contarão com estrutura para facilitar o acesso de pessoas com algum tipo de deficiência física. A candidata afirma que todas as ruas da capital terão asfalto. As linhas férreas serão “rebaixadas”, mas o plano não explica com exatidão o que isso significa.
As propostas do candidato para o transporte público apontam a necessidade de propostas inovadoras como a criação de passagens subterrâneas, porém em quantidade menor que a proposta pelo metrô, que faria a ligação entre o Santa Cândida e o Pinheirinho, ao longo das Avenidas Sete de Setembro e República Argentina. A intenção é diminuir o tempo da viagem em pelo menos 20 minutos. Ney também defende a implantação de uma frota de ônibus elétricos que deixaria o ar mais limpo nas passagens subterrâneas. As vias expressas, existentes hoje, dariam lugar a ciclovias e jardins. O plano mantém a integração metropolitana. Se eleito, o candidato quer permitir a veiculação de publicidade no interior do transporte coletivo como fonte de receita a ser revertida para o próprio serviço. A retomada da domingueira de R$ 1,00 e ações no sentido de implantar a tarifa zero fazem parte das propostas.
A opinião da população será levada em consideração antes da implantação de lombadas, travessias elevadas e semáforos. A cobrança do Estar deverá ser mudada, caso o candidato assuma a prefeitura. Os motoristas terão até 15 minutos de uso das vagas de estacionamento sem a necessidade de pagar por isso. E as infrações cometidas por mau uso das vagas poderão ser regularizadas para evitar a emissão de multas. Ney quer rever as taxas pagas por taxistas para reduzir o custo dos motoristas e consequentemente os valores das viagens. A medida serviria para estimular o uso deste meio de transporte. O plano também aponta a necessidade de realizar melhorias no pavimento das ruas secundárias nos bairros da cidade, assim como a manutenção das calçadas para pedestres, garantindo acessibilidade para pessoas com deficiências.
O primeiro tópico que aparece no Plano de Requião para o Transporte Público é a revitalização dos terminais. O candidato defende a estatização do serviço e a modernização e ampliação da frota de ônibus. Os passageiros passarão a contar com a possibilidade de usar o bilhete único semanal e mensal para o uso livre do sistema. A revisão dos valores da tarifa também é uma meta. A gestão do sistema será mais transparente e os motoristas devem passar por formação continuada.
O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) será modernizado para valorizar os profissionais que atuam no órgão. O candidato afirma que haverá uma redistribuição do fluxo do trânsito nos horários de pico para aliviar os congestionamentos. Requião aponta que o seu governo vai ampliar a melhoria na iluminação pública com o uso de lâmpadas de LED e a redução da altura dos postes de iluminação com a finalidade de trazer mais segurança nas ruas. As multas de trânsito deixarão de ser instrumentos arrecadatórios para efetivamente serem um meio de organizar o trânsito da cidade.
Boa parte do plano de governo do candidato é dedicado às críticas ao sistema e ao valor da tarifa. Samuel é sucinto em relação ao tema apontando que a passagem custará R$ 1,00 até atingir a tarifa zero. A frota deixaria de usar combustíveis fósseis. Em seu governo, caso seja eleito, Samuel vai acabar com a URBS e no lugar será criada uma secretaria a ser ocupada por trabalhadores. A integração do sistema será feito a partir de um estudo de viabilidade da implantação de um sistema que fará transporte em massa como trens ou metrô com início imediato das obras.
O candidato afirma que mais ruas contarão com ciclovias e que as calçadas de pedestres terão acesso para pessoas com deficiências físicas.