A pedido do Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR), a Justiça Eleitoral impugnou o registro de candidatura de Marcelo Rangel (PSD), na disputa pela prefeitura de Ponta Grossa. A promotoria alegou que o candidato teve contas reprovadas, referentes ao período em que foi prefeito da cidade. Rangel ainda pode recorrer da decisão.
A ação cita que, entre maio de 2014 e abril de 2015, o município fez um repasse de R$ 450 mil para o Instituto Duque de Caxias, responsável pela Guarda Mirim. Parte desse valor, pouco mais de R$ 24,8 mil, não foi restituído aos cofres públicos. A ausência de providências por parte do gestor público foi considerada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), como improbidade administrativa.
O juiz Antônio Acir Hrycyna, da 139ª Zona Eleitoral de Ponta Grossa acatou os argumentos e indeferiu o pedido da candidatura. Rangel ainda responde outros ações eleitorais. Nesta sexta-feira (30), Rangel foi julgado por propaganda antecipada na rádio que pertence à família. Ao todo, foram oito condenações pelo mesmo motivo. O Tribunal Eleitoral do Paraná (TRE-PR) condenou Rangel e a emissora a pagarem R$ 40 mil em multas.
Caso a equipe jurídica de Rangel não consiga reverter a decisão no TRE-PR e, em última instância, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será um duro golpe não só para as pretensões dos irmãos Sandro Alex e Marcelo Rangel, mas também do Palácio Iguaçu, que tem a eleição em Ponta Grossa como prioridade para os planos de Ratinho Junior em 2026.
Uma eventual saída de Rangel da disputa eleitoral em Ponta Grossa vai forçar o grupo político a uma mudança radical, num exíguo prazo de tempo. Quem observa tudo, e de longe, é a prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil) – antiga aliada dos irmãos e de Ratinho e que pode, quem sabe, até refazer as pontes com o comando do governo estadual. Afinal, seria quase improvável uma reaproximação de Ratinho com a Família Canto, representada na disputa por Mabel Canto (PSDB) e mais difícil ainda, uma aliança com Aliel Machado (PV) que faz parte da Federação encabeçada pelo PT.
O Blog Politicamente procurou Marcelo Rangel e o seu advogado, Gustavo Guedes.
Por meio de uma nota, a defesa de Rangel afirmou que esta confiante num entendimento diferente no TRE.
“Com o devido respeito ao magistrado local, mas há 100% de certeza na reforma da decisão, na medida em que essa posição excluindo a competência da Câmara de Vereadores, quando a origem do recurso é o próprio município, desrespeitou, a um só tempo, o STF, TSE e TRE/PR. Então a questão não é “se”, mas sim “quando”, e temos a certeza de que a celeridade na tramitação reduzirá os danos ao candidato Marcelo Rangel, cujo registro foi injustamente indeferido”, afirmou Gustavo Guedes.