A última pesquisa a ser divulgada com a corrida eleitoral pela prefeitura de Curitiba antes da abertura das urnas corre o risco de não sair. Os sete advogados que compõem a numerosa equipe jurídica da campanha de Eduardo Pimentel (PSD) protocolaram pouco depois das 17h desta quinta-feira (3) um pedido na 01ª Zona Eleitoral de Curitiba para suspender a divulgação da pesquisa Quaest, contratada pela RPC, afiliada da Globo no Paraná, que seria publicada pela emissora no início da noite de sábado (5), na véspera da eleição.
Os advogados sustentam que a pesquisa Quaest não atende os requisitos exigidos pela legislação eleitoral, o que impossibilitaria a divulgação. Uma das ponderações feitas seria com relação a indisponibilidade de dados do sistema do Tribunal Superior Eleitoral, do IBGE, Censo e PNADc. “A empresa não especificou, individualmente, qual das fontes foi utilizada para cada um dos itens de estratificação e os dados não estão disponíveis nas fontes públicas”.
Citam ainda que todas as demais pesquisas registradas em Curitiba utilizam como fonte pública o Censo de 2010, e informa que, “de acordo com as informações do IBGE, não há previsão de data para a divulgação do nível econômico obtido no CENSO de 2022”. E ainda que “a utilização de dados indisponíveis compromete gravemente a transparência e a confiabilidade da pesquisa”.
Não é possível aceitar que o instituto de pesquisa indique como fonte pública dados que são inexistentes e inacessíveis, tanto ao público quanto aos representantes.
Além das indisponibilidades dos dados das fontes públicas, o jurídico da campanha de Eduardo alega também ausência de sistema interno de controle e conferência. “Nota-se, portanto, que na pesquisa impugnada consta, abstratamente, o sistema de fiscalização, conferência e checagem em percentual extremamente baixo, visto que abrange apenas 20% dos questionários realizados”.
Diante destes argumentos, os advogados pedem ao juízo da 01ª Zona Eleitoral de Curitiba a suspensão da divulgação da pesquisa Quaest sob pena de multa no caso de descumprimento.
Ao comparar a metodologia da pesquisa da Quaest anterior, divulgada há duas semanas, percebe-se que os dados usados são os mesmos que agora são questionados pela campanha de Eduardo. O que mudou foi o número de entrevistados — antes eram 900 e agora 1002. Os questionários estão previstos para começar nesta sexta-feira (4) — agora vai depender da decisão da Justiça Eleitoral.