Juíza barra divulgação de pesquisa para prefeitura de Curitiba

A juíza eleitoral Giani Maria Moreschi, da 175ª Zona Eleitoral, proibiu a divulgação da pesquisa eleitoral para a prefeitura de Curitiba conduzida pela empresa 100% Cidades Participações Ltda. A magistrada atendeu ao pedido feito pelo MDB.

O partido, que não vai disputar a prefeitura, mas está no arco da aliança da pré-candidatura de Eduardo Pimentel (PSD), apontou uma série de irregularidades na pesquisa — entre elas referente à metodologia, principalmente, no que diz respeito ao respeito a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e aos dados estatísticos econômicos e sociais usados na amostragem.

O Blog Politicamente teve acesso à decisão judicial. A juíza identificou que a empresa 100% Cidades utiliza dados do Censo de 2010 para a realização da pesquisa o que, segundo a magistrada, a princípio não atende aos objetivos da sondagem eleitoral. “Não soa razoável, muito menos recomendável, a utilização dos dados do Censo 2010 quando existem outros dados mais recentes aptos a retratar com maior proximidade o atual perfil socioeconômico dos eleitores, sob o risco de acarretar injustificadas distorções”, descreve Giani Maria Moreschi.

A juíza suscitou ainda questionamentos sobre o direcionamento das ligações telefônicas, conforme a metodologia adotada pelo instituto de pesquisa. “No caso concreto, parece certo, ao menos neste momento, que a base de dados dos números de telefone a partir da qual foram realizados os contatos para a pesquisa suscita questionamento sobre a mesma neutralidade, cabendo ao Representado (empresa 100% Cidades) indicar a fonte desses dados considerando a significativa abrangência territorial da área da coleta (Município de Curitiba)”.

Por fim, a magistrada deferiu o pedido do MDB determinando a imediata suspensão da divulgação da pesquisa. “Considerando que a pesquisa eleitoral deve ser realizada com transparência e de modo a permitir os meios de controle e verificação dos dados, bem como refletir adequadamente as intenções de voto que, em última análise, é levada ao conhecimento de grande parte da população e é capaz de influir na formação da vontade do eleitor, em benefício de uns e prejuízo de outros, evidenciado está o perigo da demora”.

O Blog Politicamente entrou em contato com a 100% Cidades Participações Ltda. Por meio de nota, a empresa informou que a pesquisa “foi realizada dentro da mais absoluta regularidade e tem plena convicção de que todos os pontos objeto de questionamento serão adequadamente esclarecidos em juízo”. E garantiu ainda que os resultados serão divulgados somente com autorização da Justiça Eleitoral.

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