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Janela partidária vai provocar dança das cadeiras na Câmara de Curitiba

Foto: Arquivo/Câmara de Curitiba

A partir de hoje até 5 de abril, vereadoras e vereadores que desejam mudar de partido político e concorrer nas eleições de outubro podem fazer a troca de legenda sem perder o mandato. É a abertura da janela partidária — uma lacuna da Justiça Eleitoral que permite a migração de um partido para outro.

A tendência é que haja uma verdadeira dança das cadeiras na Câmara de Curitiba provocando um rearranjo das forças políticas no legislativo municipal.  Ao longo da semana, o Blog Politicamente ouviu dirigentes partidários, vereadores e fontes da Câmara que adiantam o que pode estar por vir. Será um mês de intensa articulação política atraindo os caciques das legendas, dedo no olho, trairagem e muita lista com chapão — umas verdadeiras, outras nem tanto. É o vale tudo para atrair quem tem mandato.

União x PSD — A primeira percepção é que o União Brasil, que tem hoje 8 vereadores, corre o risco de sofrer uma verdadeira debandada geral — com muitos deles migrando para a trincheira do PSD. É um efeito prático provocado pela eleição majoritária — a disputa pela prefeitura de Curitiba. De um lado, o pré-candidato Ney Leprevost, do União Brasil, e do outro Eduardo Pimentel do PSD.

Embora esta disputa esteja num cenário de futuro próximo, hoje o União Brasil faz parte da bancada de apoio do prefeito Rafael Greca, e consequentemente do vice Eduardo Pimentel, na Câmara. Como alguns dos vereadores querem permanecer fiéis à prefeitura, a saída foi migrar para o PSD.

Debandada — Nesta lista de debandada estão os vereadores Serginho do Posto, Mauro Ignácio, Toninho da Farmácia e Zezinho do Sabará. Rodrigo Reis está namorando o PL. Tânia Guerreiro deve se filiar ao Podemos. João da 5 irmãos está negociando com o Republicanos. O vereador Sabino Picolo é o único dos oito que deve permanecer no União Brasil, mas a tendência é que ele não dispute a reeleição em outubro.

Se confirmado o troca-troca, haverá um esvaziamento quase que completo do União Brasil. O vereador Alexandre Leprevost, irmão do Ney, deve deixar o Solidariedade e se filiar ao União Brasil. Portanto, o União Brasil entra nessa janela partidária em março com oito vereadores e pode ao final dela, no mês de abril, terminar com apenas dois.

Obviamente que esta migração para o PSD não é surpresa para o comando do União Brasil. Tanto é que o partido esta incentivando os “desgarrados” a enviar no prazo de dias o pedido de desfiliação para não correrem o risco de serem expulsos. Após a eleição de outubro, a estimativa do União Brasil é reconquistas espaço e eleger de seis a oito vereadores.

O PSD, lógica e consequentemente, vai engordar a bancada. Hoje, o partido conta com 3 vereadores, já contando com o ingresso de Tico Kuzma, e pode dobrar de tamanho, chegando a sete representantes na Câmara de Curitiba.

Troca-troca — Amália Tortato, do Novo, está avaliando um convite do Podemos, embora seja grande a chance de permanência no partido de Deltan Dallagnol.  Éder Borges, que é hoje do PP, pode ir para o PL. O Republicanos pode ser a nova legenda do vereador Pastor Marcelino Alves que hoje está filiado ao Solidariedade. Mauro Bobato está de malas prontas para deixar o Podemos  e ir para o PP. Ezequias Barros que hoje está no PMB pode ir para o PRD.

O vereador Dalton Borba já sinaliza nos bastidores que não quer mais ficar no PDT e estaria negociando com outra legenda, que pode ser o Solidariedade. O vereador Ernani, que hoje esta no PSB de Luciano Ducci, esta doidinho para ir para a base do Eduardo Pimentel. Falta só escolher o partido.

Rearranjo das forças — Só no dia 5 de abril, com o fechamento desta janela partidária, será possível analisar este rearranjo das forças políticas tanto na Câmara de Curitiba quanto nos demais 398 municípios e começar a projetar o desempenho dos partidos na eleição de outubro — principalmente quanto aos apoios às pré-candidaturas já postas.

 

Redação Redação:

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