Está nas mãos do juiz Edilberto Barbosa Clementino, da 5ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, a ação criminal movida pela Itaipu Binacional contra o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex. A queixa-crime, assinada pelo diretor jurídico da binacional, Luiz Fernando Delazari, foi protocolada na semana passada.
A ação requer a condenação do secretário pela prática do crime de difamação “qualificada por meio de rádio e redes sociais, com ampla repercussão pública e institucional”. A queixa-crime é baseada em declarações feitas por ele em um programa ao vivo, transmitido em redes sociais e rádio, onde fez acusações infundadas contra a usina, chamando-a de “usina da corrupção”
O documento, obtido pelo Blog Politicamente, cita que no dia 2 de abril, Sandro Alex utilizou os microfones da Rádio Mundi FM de Ponta Grossa, emissora que pertence à família do secretário, para fazer críticas à Itaipu — “para propagar ataques levianos, gratuitos e absolutamente ofensivos contra a Itaipu Binacional, em evidente abuso de sua condição pública e de seu espaço midiático”.
“Então eu vou deixar aqui um comentário e vou até o dia que eu falar, eu vou comunicar às pessoas amanhã, eu vou falar desse assunto e aí vocês vão entender por completo o que acontece dentro do governo PT, dentro da Itaipu binacional, e mesmo diante de anúncios que são benéficos para a população. E o que é que tem por trás desta usina da corrupção, como ela está sendo chamada pela imprensa nacional. Só que ela está ainda longe de ser investigada, porque ela é uma binacional”.
A queixa-crime cita ainda que Sandro Alex fez afirmações infundadas, colocando sob suspeita todos os contratos, convênios e ações sociais da entidade, insinuando inclusive, que “bilhões de reais” teriam sido mal utilizados, estimulando desconfiança pública em relação à integridade de seus gestores e da própria estrutura binacional. E ainda que o secretário atribui diretamente à Itaipu a pecha de “usina da corrupção”.
Irmão reforça acusação na Alep
Sem citar o processo criminal, o deputado estadual Marcelo Rangel, que é irmão de Sandro Alex, subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná para reafirmar as acusações reproduzidas na rádio de Ponta Grossa. Rangel disse que a Itaipu hoje é conhecida como “usina das mordomias, galinha dos ovos de ouro do governo Lula, usina do cofre aberto e também usina da corrupção”.
O parlamentar citou que a binacional está sendo investigada por contratos e convênios firmados — entre eles, o de R$ 24 milhões que prevê a compra de bolas de basquete para alunos e ainda o de R$ 1,3 bilhão para a realização da COP30 — 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a ser realizada em Belém, do Pará, em novembro de 2025.
Marcelo Rangel citou ainda que ao invés de firmar contratos “para fins políticos” deveria usar os recursos para reduzir a tarifa de luz para os consumidores. “A energia está puxando a inflação no país, houve um aumento de 16,80% em fevereiro. Não era para ter este aumento se a Itaipu não tivesse tantos contratos e convênios que hoje são objeto de investigação”, disse.
Coube ao deputado Professor Lemos, do PT, defender a Itaipu Binacional durante a sessão da Assembleia. Ele elogiou a gestão do diretor-geral Ênio Verri à frente da usina e negou qualquer irregularidade na destinação de recursos. “A Itaipu não está atendendo o PT, a Itaipu faz uma gestão republicana, atendendo demandas importantes para o Paraná e o Mato Grosso do Sul”, afirmou.
E chegou a pontuar que a Itaipu tem investido em projetos apresentados por deputados do governo Ratinho Junior. Citou os R$ 10 milhões investidos na construção da ponte entre as cidades de São João do Triunfo e Lapa, eliminando a necessidade de travessias por balsa — numa articulação encabeçada pelo líder do Governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD).
Outro lado:
Ao Blog Politicamente, o secretário Sandro Alex informou que não tinha conhecimento da ação movida pela Itaipu Binacional.
