Investigado por rachadinha, Samuel Dantas acusa MP de manipulação processual

Dantas mais acusou do que explicou e subiu o tom contra o Ministério Público do Paraná ao mencionar uma suposta manipulação processual para lhe prejudicar

Uma semana depois de receber a inóspita visita do Gaeco em casa e no gabinete parlamentar, o deputado estadual Samuel Dantas (SD) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (17), para reagir à ação policial no âmbito da investigação de uma suposta prática de “rachadinha”.

Dantas mais acusou do que explicou e subiu o tom contra o Ministério Público do Paraná ao mencionar uma suposta manipulação processual para lhe prejudicar. Ao fim, tentou conclamar os demais deputados para entrar aderir a esta cruzada contra o MP com o velho chichê de que hoje é ele, mas amanhã pode ser qualquer outro deputado. O chamado, no entanto, não encontrou eco.

Nenhum parlamentar se solidarizou publicamente a Samuel Dantas que seguiu na estratégia de atacar o MP. Nem mesmo o deputado Ricardo Arruda (PL), que recentemente usou da mesma artimanha, quando foi alvo de operação do MP, pediu a palavra para apoiar o colega.

“Distorcendo os fatos, manipulando o processo e sem qualquer prova concreta conseguiram um mandado de busca e apreensão na minha residência”, disse Samuel Dantas.

A investigação está em sigilo e sob a responsabilidade da Subprocuradoria Jurídica do MP, mas certamente os advogados do deputado já tiveram acesso aos documentos que embasaram a operação Janus. Samuel Dantas atribui a dois ex-assessores demitidos por ele o início da investigação, numa ação orquestrada de retaliação. “Ouviram dizer que havia rachadinha, é uma investigação baseada em boatos”, comentou, citando que o caso provocou sentimento de indignação e que foi um ataque à honra dele.

Samuel Dantas finalizou o discurso dizendo que existe uma “caça as bruxas contra políticos” e que os parlamentares estão sendo perseguidos.

O Blog Politicamente entrou em contato com o Ministério Público do Paraná para comentar a acusação do parlamentar, mas até a publicação desta matéria a instituição não havia dado um retorno. O espaço segue aberto.