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Caminhões em chamas na BR-277 trazem alerta para insegurança nas rodovias

Foto: Reprodução CATVE

A ação audaciosa de criminosos em Guarapuava (PR) na noite de domingo de Páscoa, que envolveu também o bloqueio da BR-277, coloca em evidência alguns problemas de segurança decorrentes do fim do contrato do pedágio nas estradas do Anel de Integração do Paraná.

Independentemente da eficiência das forças de segurança do Paraná para combater a quadrilha sem maiores prejuízos à população, alguns fatos relacionados à rodovia chamaram a atenção. Vamos a eles:

O encerramento do contrato com todas as concessionárias se deu no fim de novembro de 2021, mas um acordo judicial com a empresa Caminhos do Paraná tinha garantido alguns meses extras de monitoramento e manutenção de rodovias, com guinchos e caminhões pipas, entre outros. Por fim, todos os serviços foram suspensos em 31 de março, três semanas atrás. A Caminhos do Paraná era responsável pelo trecho da BR-277 entre São Luiz do Purunã e Guarapuava.

Uma nova licitação caminha em passos lentos enquanto governo estadual e federal não definem a nova modelagem.

Foi lá na BR-277 que a quadrilha posicionou caminhões em chamas para atrapalhar a chegada de reforços policiais à Guarapuava. O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) fez o primeiro alerta do bloqueio na pista às 00h27 de segunda (18). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), dois caminhões interditavam os kms 353 e 330.

À 1h44, o DER informou que equipes estavam se deslocando para desobstruir o trecho. Às 4h57, o DER informou que ainda fazia a limpeza das pistas, mas que estavam liberadas em ambos os sentidos.

No início da madrugada, o deputado estadual Coronel Lee e esposa, Vânia Abe, se envolveram em um acidente de carro, ao colidir em um dos caminhões em chamas na BR-277. Ele informou nas redes sociais que não houve ferimentos graves.

Mais acidentes na BR-277 — Ainda que uma ação criminosa como a que ocorreu em Guarapuava seja um grande desafio para qualquer serviço de manutenção de estradas, é visível que as rodovias do Paraná estão menos seguras e perigosas.

Os dados mais recentes da PRF mostram que no primeiro bimestre de 2022, o número de acidentes nas estradas federais que cortam o Paraná aumentou 44% em relação ao mesmo período de 2021. Foi acima da média brasileira, que teve alta de 40%.

A BR-277 tem números ainda mais alarmantes: alta de 56% no número de acidentes. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram 428 ocorrências na rodovia, contra 274 no primeiro bimestre do ano passado. Guarapuava é uma das cidades com maior aumento no número de acidentes: 32 no primeiro bimestre de 2022, contra 13 no mesmo período de 2021.

É preciso lembrar que as estatísticas da PRF não consideram acidentes mais recentes, como o que ocorreu na semana passada na praça de pedágio desativada em São Luiz do Purunã, quando um motorista de caminhão colidiu em uma cabine e morreu.

Além de acidentes, outras ações criminosas estão ocorrendo nas rodovias, como o roubo de barreiras de proteção na BR-277 em Campo Largo.

Redação:

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