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Governo se atrapalha e Alep teve que suspender sessão

Foto: Arnaldo Alves/AEN.

Estava tudo combinado. A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa se reuniu as 7h30 da manhã para dar tempo que os projetos do Governo fossem aprovados e encaminhados para votação em plenário.

Também estava acordado desde ontem, após uma visita de Aldo Nelson Bona, da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que a mensagem do governo tratando de benefícios aos servidores das universidades chegaria com tempo de folga para apreciação dos parlamentares, assim como a dos agentes socioeducativos.

Sobraria tempo para que os deputados estaduais se deslocassem até a Academia do Guatupê, quase lá na praça de pedágio, para receber mais de 200 sorridentes prefeitos que, a partir das 11h30, seriam agraciados com caminhões comprados pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Sedest) com o dinheiro da multa que a Petrobras está pagando ao Governo do Estado após o acidente ambiental na Repar — aquisição esta que está sendo questionada na Justiça pelo Ministério Público do Paraná.

Nada deu certo. A sessão da Assembleia teve de ser suspensa por cerca de duas horas por Traiano para dar tempo ao Governo do Estado de encaminhar as mensagens do Poder Executivo. A estratégia do presidente tem motivo. Por se tratar de benefícios para as carreiras, esses projetos devem ser sancionados até o dia 02 de julho — prazo imposto pela Legislação Eleitoral. E como esta é a última sessão antes desta data, Traiano optou por suspender a sessão plenária da Assembleia.

Aconteceu um efeito cascata. A ponto dos membros da CCJ realizarem uma sessão que mais tarde foi anulada, já que ocorrera no mesmo momento da sessão plenária, o que contraria o regimento interno da Casa. A suspensão também prejudicou a agenda dos deputados estaduais que ficaram na bronca com a “trapalhada” do Governo — inclusive alguns governistas.

Muitos deles tiveram de permanecer na sessão para garantir o quórum e deixaram de receber seus prefeitos no Guatupê para posar para fotos com os caminhões da Sedest. Enfim, nada do que foi combinado deu certo.

Por volta de 12h30 as mensagens do Governo chegaram na Assembleia e Traiano convocou os parlamentares que estavam na Casa. Alguns deles estavam almoçando. O deputado Tadeu Veneri (PT) aproveitou para brincar: “quem não descer (para o plenário), não vai ganhar caminhão da Sedest”.

Redação:

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