O Governo do Paraná retirou o projeto que taxa operações de produção rural para financiar grande parte do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná. A proposta de lei foi encaminhada ontem pelo Poder Executivo.
A proposta já tinha sido adiada por 24 horas na sessão de hoje da CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Assembleia Legislativa e poderia ir à votação em plenário nesta quarta-feira, após apreciação da comissão. Mas o Palácio Iguaçu recuou.
A retirada do projeto foi anunciada pelo deputado Marcel Michelleto, líder do governo na Alep, durante a sessão desta terça-feira (22). O motivo? Pressão de entidades e empresários do Agronegócio do Paraná que torceram o nariz para esta proposta de lei. Mas há uma corrente dizendo que não haveria votos suficientes na Assembleia para aprovar o projeto.
O Blog Politicamente já mostrava que tal pressão poderia provocar alterações na redação original — isso, inclusive, já era dada como certa por fontes do Palácio Iguaçu. Mas a decisão foi pela retirada do projeto.
Durante o anúncio da retirada do projeto, Micheletto politizou a questão e “jogou a responsabilidade para o PT” – mais precisamente na relação do Governo do presidente Lula com o governo do Paraná.
“O entendimento com o novo governo (federal, do presidente eleito Lula) é necessário para achar soluções que não sejam amargas para setor produtivo e, consequentemente, para a sociedade do Paraná”, disse o líder do governo.
Alguns parlamentares apartaram Micheletto elogiando o recuo do governo, até porque a pressão do Agro chegou nos gabinetes dos deputados.