Por Carol Nery, atualizado às 17h50
O médico ginecologista Felipe Sá Ferreira, de Maringá, no norte do Paraná, deverá ter os direitos políticos suspensos após ser condenado a 35 anos de prisão pelo abuso sexual de 38 mulheres. Ele foi candidato a deputado federal no Paraná pelo Partido Novo nas eleições gerais de 2022. Felipe Sá recebeu 2.516 votos, no entanto, não se elegeu.
A sentença condenatória determina que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná seja comunicado sobre a condenação, para a suspensão dos direitos políticos de Felipe.
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Consultado, o presidente do diretório estadual do Partido Novo, Lucas Santos, comunicou ao Blog Politicamente, nesta terça-feira (3), que Felipe Sá não faz mais parte do quadro de filiados ao Novo. “Felipe Sá foi expulso do partido NOVO. Assim que o ocorrido foi conhecido, o Conselho de Ética do partido foi imediatamente acionado e decidiu por sua expulsão. O NOVO repudia veementemente qualquer tipo de abuso”, disse Santos.
No programa Filia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que Felipe Sá está com a situação “regular com pendência” por conta do processo de expulsão. Em uma de suas redes sociais, o médico ginecologista também se apresenta como filiado ao partido Novo.
Segundo o presidente do Novo, Felipe Sá aparece com a situação deo regular com pendência, porque o TSE exige que a pessoa concretize a expulsão. Ou seja, “ele está expulso do partido, mas o TSE só reconhece uma expulsão quando a pessoa vai lá e se desfilia. Mas ele está preso, então ele não pode ir lá se desfiliar, então fica regular com pendência no sistema”, justificou Santos.
Felipe Sá começou a ser investigado três meses após eleições
Felipe Sá foi preso em seu consultório, em 15 de junho de 2023, em Maringá, e levado para a Penitenciária Estadual de Maringá, depois transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Ele era investigado desde janeiro de 2023 por crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável contra cerca de 40 mulheres — pacientes e ex-alunas do curso de medicina. Felipe Sá foi solto em 19 de dezembro de 2023, com uso de tornozeleira eletrônica. A defesa pretende recorrer da decisão que o condenou a quase 40 anos de prisão.