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Gaeco prende major da PM por suspeita de cobrança de propina de policiais militares

O que chamou a atenção ao longo da investigação é que dentre as vítimas do esquema criminoso estão os próprios policiais militares

O major da Polícia Militar Alexandro Marcolino Gomes, que comanda a 3ª Companhia Independente na cidade de Loanda, foi preso na manhã desta quinta-feira (22) numa operação do Gaeco — batizada de Zero Um, numa referência ao alvo principal da ação policial. O major foi preso em casa num condomínio de alto padrão na cidade de Maringá.

Uma fonte do Blog Politicamente conta que a suspeita é que o major da PM esteja envolvido com um esquema criminoso de corrupção, desvio de dinheiro e enriquecimento ilícito. Mas o que chama a atenção nesta investigação é que policiais militares figuram também como vítimas deste esquema.

A estrutura criminosa seria comandado pelo major com participação do motorista dele. Ainda de acordo com a investigação do Gaeco, o comandante da 3ª Companhia de Loanda teria cobrado propina de policiais militares para arquivar inquérito policial militar e procedimentos administrativos. E não era só.

O Gaeco suspeita também que policiais tinham que pagar para conquistar uma vaga para trabalhar na Polícia Ambiental. Há relatos de ameaças veladas e “insistência eloquente” para que a propina fosse paga em diversos outros contextos.

Havia, segundo a fonte do Blog Politicamente, um gerenciamento de arrecadação de valores oriundos de prestação de serviços de segurança, prestado por policiais militares, com ameaças veladas para que os clientes contratassem os serviços e a realização de eventos de pesca, sem prestação de contas; utilizando a estrutura e imagem da Polícia Militar.

Ao todo, o Gaeco cumpriu sete mandados judiciais, sendo apenas um de prisão e outros seis de busca e apreensão — todos tendo como alvo policiais militares. Os mandados foram expedidos pela Vara da Justiça Militar Estadual. Dentre as ordens concedidas está o de suspensão da função pública, do porte de arma e ainda a proibição de contato entre os investigados e o de comparecimento em instituições militares. A Vara da Justiça Militar ainda autorizou a colocação de tornozeleira eletrônica em alguns dos alvos da operação.

No mês passado, o mesmo major que agora está preso, por ordem judicial, foi condecorado com a Medalha “Tenente-Coronel PM Joel Pinheiro”. Na oportunidade, Alexandro Marcolino Gomes disse que a medalha era uma honraria e tinha como objetivo “reconhecer militares estaduais e autoridades civis que prestaram relevantes serviços à segurança pública e à corporação”.

A 3ª Companhia de Loanda, chegou a se manifestar sobre a concessão da medalha ao major, citando que era uma “merecida condecoração, símbolo de reconhecimento pelo comprometimento, dedicação e excelência no cumprimento da missão Policial Militar”. Nos bastidores, porém, policiais militares vinham se queixando do comando, uma vez que, estariam sendo coagidos a pagar propina.

O Blog Politicamente não conseguiu contato com a defesa do major da Polícia Militar Alexandro Marcolino Gomes. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná, assim como o Comando Geral da Policia Militar, ainda não se manifestaram sobre a operação do Gaeco. O espaço segue aberto para os citados nesta matéria.

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