Atualizado às 10h39
O delegado Matheus Laiola, ex-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, e mais três investigadores – da mesma unidade – são alvos de mandado de busca e apreensão dentro da segunda fase da Operação Mônaco, deflagrada na manhã desta terça-feira (19) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Paraná.
Em nota, Laiola rechaçou a suspeita de participação no crime investigado. “Recebi na manhã desta terça-feira (19), agentes do Ministério Público na minha residência. Muito estranho pois os motivos da visita não tem qualquer relação direta comigo. São fatos ocorridos há quase 3 anos e coincidentemente no período que me afastei da chefia da DPMA e me tornei pré-candidato a Deputado Federal, os agentes foram até a minha residência para cumprir o mandado de busca e apreensão”, diz a nota.
“Sempre colaborando com qualquer investigação, entreguei os objetos solicitados. Reforço que estou sereno e confio plenamente na Justiça, no entanto, não iremos ficar calados diante de tal denúncias que partiram de pessoas invejosas e que nada fizeram pelo bem da comunidade. Agradeço desde já, o apoio de todos, e seguiremos ainda mais fortes no objetivo de servir e compartilhar boas ações.Nada vai me desmotivar na luta pela causa animal. Nada vai me tirar a vontade de mudar efetivamente a proteção animal no Paraná e no Brasil”.
Apreensão — Por envolver policiais civis, os mandados foram cumpridos por policiais do Gaeco e da Corregedoria da Polícia Civil. A suspeita é de crime de concussão (crime praticado pelo servidor público que usa de sua função para exigir vantagem indevida). No cumprimento dos mandados, foram apreendidos R$ 29,2 mil e U$ 1 mil, uma arma de fogo, 16 celulares, documentos e equipamentos eletrônicos. Os aparelhos de telefone serão encaminhados para perícia no Instituto de Criminalística do Paraná para análise.
Segundo o Gaeco, os fatos investigados ocorreram em fevereiro de 2019 e envolvem o então delegado-chefe da unidade, Matheus Laiola, e três investigadores ligados à Delegacia na época – dois deles já se aposentaram, e o terceiro está atualmente em outra delegacia. Um quarto investigador já tinha sido alvo de mandado de busca na primeira fase da operação. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Curitiba.
A pretexto de haver irregularidades em um dos postos de combustíveis de uma rede, o grupo teria apreendido um funcionário do posto, encaminhando-o à Delegacia, onde o teriam retido por cerca de seis horas numa sala, exigindo inicialmente R$ 50 mil para liberá-lo – quantia depois diminuída para R$ 10 mil e que teria sido paga em dinheiro pelo dono do posto ao grupo de policiais para o funcionário ser liberado.
O advogado de Laiola, Igor Salmen, disse também por meio de nota que “se trata de uma investigação totalmente desarrazoada, oriunda de uma denúncia anônima, ocorrida há mais de 5 (cinco) anos, que sequer menciona o seu nome e é alvo de diversos questionamentos perante o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná”.
Mais informações em breve.