Fernanda Richa se filia ao PSDB e pode aparecer na eleição de Curitiba

A ex-primeira-dama, Fernanda Richa, assinou a ficha de filiação ao PSDB nesta quarta-feira (3). A inscrição no partido a deixa apta para participar das eleições de outubro e coloca um ponto de interrogação na cabeça de analistas políticos de plantão. Qual será o destino político de Fernanda Richa em 2024?

Ninguém arrisca uma resposta, ainda. Mas o Blog Politicamente apurou, que Fernanda não concorreria a uma vaga no legislativo municipal. Se for para entrar numa disputa, será na majoritária — como cabeça de chapa ou vice. É o que se comenta entre as pessoas próximas da herdeira do extinto Bamerindus S/A.

Até as pedras do Centro Cívico sabem do desejo do ex-governador, ex-prefeito de Curitiba e atual deputado federal Beto Richa de concorrer novamente ao Palácio 29 de Março. Bem pontuado nas pesquisas eleitorais divulgadas até agora, pelo Instituto Radar e Paraná Pesquisa, Beto aparece no pelotão da frente num quíntuplo empate técnico. É, claramente, o recall da trajetória de dois mandatos na prefeitura e no governo do estado.

Ao mesmo tempo, as mesmas sondagens eleitorais que alimentam o sonho de colocar o nome e o 45 nas urnas novamente, o fazem refletir quando o assunto é rejeição. O tucano é, disparado, o menos quisto pelos curitibanos a sete meses da eleição — embora, é bem verdade, haja um movimento de queda neste quesito que pode ser revertido durante a campanha eleitoral ou, a depender do desempenho eleitoral, se manter inalterado e, até quem sabe, aumentado. É um risco.

Richa quer, na pior das hipóteses, fazer de 2024 uma recontagem de sua história política com especial destaque aos últimos oito anos quando foi preso e processado pelo Gaeco e pela Lava Jato em escândalos que escalaram rompendo as fronteiras do Paraná. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal que, de forma definitiva, anulou todas as acusações e processos, o objetivo é contar aos quatro cantos, nas 10 regionais da cidade, que o tucano está com a ficha limpa.

Fernanda é um trunfo. Se Beto Richa não decolar, Fernanda estaria pronta. A desenvoltura com que anda pela periferia de Curitiba e a atração que ainda desperta nos curitibanos tem feito o pessoal do 45, com grande expertise em ganhar eleição na capital, traçar planos ambiciosos para a ex-primeira-dama.

Quem entende do riscado, acredita que ela tem plenas condições de recontar os últimos anos da família Richa com propriedade — do estrelato aos dias mais difíceis da trajetória política. “Boa de vídeo”, Fernanda tem um grande diferencial do marido. Ela foi presa, apontada como partícipe em esquemas criminosos, mas nunca denunciada à Justiça.

É este hiato entre o 11 de setembro de 2018, quando equipes do Gaeco e da Polícia Federal dividiram o elevador do edifício Limière, no chique bairro do Ecoville, para cumprir mandados na casa dos Richas, até a sentença do ministro Dias Toffoli é que Fernanda terá de contar e recontar em peças publicitárias durante a campanha.

Ninguém consegue tirar da cabeça de Beto Richa a disputa pela prefeitura de Curitiba. Ele já começou a pensar até em montagem de equipe. Mas a filiação de Fernanda, como já dito, é um trunfo que pode se encaixar como uma luva como vice numa pré-candidatura já posta ou até mesmo encabeçar, como uma Fênix, um movimento de ressurgimento da família Richa e do próprio PSDB. O tucano conseguirá se tornar uma Fênix? A resposta está com os curitibanos. Isso se a filiação de Fernanda não for apenas um balão de ensaio.

Pesquisas — As sondagens eleitorais citadas nesta reportagem, feitas pelos institutos Radar e Paraná Pesquisa, estão registrados na Justiça Eleitoral sob o número PR-01504/2024 e PR-07339/2024, respectivamente.

 

 

Foto: Rogério Machado/Arquivo/SECS

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