Por Regis Rieger
Conteúdo atualizado às 18h03
A família Canto está mesmo disposta a fazer o possível para reconquistar a prefeitura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Patriarca, ex-prefeito e ex-deputado estadual, Jocelito Canto (PSDB) está impedido de se candidatar por estar com os direitos políticos cassados. Por enquanto. Ele ainda espera reverter a elegibilidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Com o julgamento marcado para agosto, a aposta até lá é sua filha mais velha, a deputada estadual Mabel Canto (PSDB). Ela prometeu soltar um vídeo nas redes sociais no início da noite desta terça-feira (2), para anunciar a pré-candidatura. (Assista abaixo)
Mabel pretende oficializar o anúncio na próxima sexta-feira (5) — decisão que a assessoria da parlamentar confirmou ao Blog Politicamente nesta terça. Em 2020, Mabel foi para o segundo turno do pleito com Elizabeth Schmidt (União), na época, apoiada pelo então prefeito, hoje deputado estadual, Marcelo Rangel (PSD), e pelo governador Ratinho Júnior (PSD). Uma diferença de pouco mais de oito mil votos garantiu a vitória de Elizabeth.
A estratégia dos Canto está posta. Se Jocelito conseguir reverter a elegibilidade na Suprema Corte ele deve tomar à frente na disputa pela prefeitura de Ponta Grossa. Caso contrário, a família e o espólio eleitoral de Jocelito terá Mabel como representante.
Cenário político em Ponta Grossa é marcado por reviravoltas
A disputa pela prefeitura da Princesa dos Campos está passando por vários plot twists. Além da nova decisão dos Canto, a ruptura do grupo político comandado pelos irmãos Oliveira (Marcelo Rangel e Sandro Alex) com a atual prefeita, Elizabeth Schimidt, também mexeu com o cenário político.
A prefeita, que busca a reeleição, havia anunciado o ingresso no PL de Jair Bolsonaro, inclusive com o apoio do ex-presidente. Elizabeth chegou a ir até Brasília para assinar a ficha de filiação. Teve até foto. Porém, houve alguns telefonemas e a postagem nas redes sociais foi apagada. Elizabeth, pelas redes sociais, disse que foi traída e então se filiou ao União Brasil.
O PL estaria fechado com Rangel. Isso, porém, não quer dizer o apoio do Capitão. Uma boa fonte dos liberais conta que Bolsonaro sequer conhece o candidato. Da mesma forma, se a eleição fosse hoje, os ponta-grossenses não veriam nem vídeo de Bolsonaro nas redes socais.
Outro pré-candidato, o deputado federal Aliel Machado (PV), vai para a disputa com a vantagem de não ter vínculo com grupos tradicionais da política da Princesa dos Campos, apesar de, nos bastidores, ter havido rumores de uma tentativa de fechar aliança com a família Canto. Aliel nega e a Federação Brasil da Esperança vai prevalecer.
Além disso, o deputado manteve relações diretas com o governo de Elizabeth. Porém, ele afirma que essa proximidade sempre foi pontual para a conquista de recursos e benefícios para a cidade. E nunca teve foco eleitoral. Outro diferencial de Aliel na disputa é a sua origem dentro dos partidos de esquerda e sua forte ligação com o presidente Lula.
Ou seja, o cenário político eleitoral em Ponta Grossa permite estimar uma eleição bastante acirrada. Rangel, com o pleno apoio de Ratinho, vai disputar contra três forças políticas da cidade: a prefeita Elizabeth, o deputado Aliel Machado, turbinado pelo PT, e um representante da família Canto, que contará com o PP de Ricardo Barros. Resta saber, contudo, se na urna o nome será de Mabel ou Jocelito. Essa decisão, enfim, virá do Supremo Tribunal Federal.
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