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Evento da Itaipu afasta ainda mais os Requião do PT

Foto: Orlando Kissner/Alep

Fora dos planos do PT. É este o sentimento do ex-governador Roberto Requião e do deputado estadual Requião Filho. Passado pouco mais de um ano da filiação, os dois estão cada vez mais distantes do PT e os planos políticos, que pareciam duradouros, devem ser abreviados.

Este estranhamento, na verdade, acontece, desde o início da gestão do presidente Lula. Mas a gota d’água aconteceu na semana passada na cidade de Foz do Iguaçu, num megaevento da Itaipu Binacional, sob a batuta de Ênio Verri, que reuniu dezenas e dezenas de prefeitos do Paraná e promete distribuir quase R$ 1 bilhão aos 399 municípios do Paraná em projetos sociais, ambientais e de infraestrutura.

Requião Filho, que obteve mais de 85 mil votos no Estado na eleição de 2022, e liderou a votação em vários municípios, foi simplesmente ignorado pelo PT — diametralmente contrário ao que foi visto com relação à presidente nacional dos petistas, a deputada federal Gleisi Hoffmann. Os discursos de Requião Filho na tribuna da Assembleia Legislativa são cada vez mais contundentes com críticas diretas ao Governo Federal — em especial, e com mais virulência, nas questões do pedágio e na venda da Copel.  

Óbice — A consequência deste distanciamento todo, é que tanto Requião pai quanto o filho, já conversam, quase que publicamente, com outros partidos. E aí existe um óbice por parte do deputado estadual que é o risco de perder o mandato. A Lei Eleitoral prevê algumas condições para que a troca possa ser feita sem que o parlamentar seja enquadrado em infidelidade partidária e perca o mandato. São elas: quando o partido tiver sido incorporado ou fundido a outro; quando o deputado for para um partido recém-criado; em caso de verificação de desvio no programa partidário; quando o deputado tiver sofrido grave discriminação pessoal no partido; ou, na situação mais usual, na janela partidária — período de 30 dias no ano eleitoral em que são permitidas as trocas.

Com a necessidade ideológica de se manter no espectro da esquerda, flertando no máximo com a centro-esquerda, as opções para os Requião não são muitas. O PSB esta sob o comando de Luciano Ducci. A Rede Sustentabilidade não tem ainda uma estrutura partidária e, hoje, tem sustentabilidade apenas no nome.

O PTB ensaia um renascimento, mas nada ainda concerto. O MDB até receberia Requião Filho de braços abertos, mas a nova direção dos emedebistas não toparia abrigar o Requião pai. O PDT, do deputado Goura Nataraj, pode ser um bom destino. Ao Blog Politicamente, Goura disse que Requião Filho seria muito bem-vindo.

Esfriou, mas não acabou — O Solidariedade é outro partido muito bem visto pelos Requião. A conversa estava muito bem amarrada, mas o Solidariedade fez questão de escancarar a boa relação com o Palácio Iguaçu e com o governador Ratinho Junior, o que afastou Requião pai e filho do Solidariedade. Mas, ainda existe diálogo entre Solidariedade e a migração dos Requião não está descartada — para desespero do presidente estadual Luizão.

Fato é que os Requião estão mais bem vistos, quistos e valorizados fora do PT do que dentro — embora a relação com a bancada estadual na Assembleia seja excelente. Mas com a direção nacional, a relação está abalada e o futuro político de Roberto e Maurício Requião Filho dificilmente será no PT.

Redação:

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