The Last Dance: Estratégia dá certo e Traiano é eleito presidente da CCJ

Ademar Traiano desfruta dos últimos dias da longeva presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. E um dos seus últimos atos foi antecipar a eleição das comissões permanentes da Casa com um cristalino interesse próprio: ser eleito presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A estratégia deu certo, apesar das manifestações contrárias de alguns de seus pares, e Traiano vai comandar a principal comissão a partir de 2025.

Foto: Orlando Kissner/Alep

Além da importância da CCJ, porta de entrada de todo e qualquer projeto de lei, estava em jogo algumas dezenas de cargos em comissão com polpudos salários. A antecipação das eleições, que normalmente acontece após o início do ano legislativo, esta prevista no regimento interno e é prerrogativa do presidente. Tudo dentro da legalidade — tanto é que a Justiça negou um pedido para suspender as eleições. E Traiano não pensou duas vezes.

Experiente, com mais de 30 anos de Assembleia, ele sabe da máxima de rei morto, rei posto. Preferiu não correr risco de uma eventual traição em fevereiro quando desocupasse a cadeira de presidente, apesar do compromisso firmado com o Palácio Iguaçu. Alguns palacianos ainda aconselharam Traiano a deixar a CCJ de lado, sair do holofote, e focar no projeto de reeleição em 2026 — missão considerada difícil depois que veio à tona a confissão do recebimento de propina por parte de um empresário que detinha contrato com a Alep.

Aliás, após eleito, Traiano disse à imprensa que não quer mais falar sobre este assunto. Ele tem todo o direito de não querer mais falar do tema indigesto — tanto quanto a imprensa, seus opositores políticos e qualquer cidadão têm de questionar a presidência dele na CCJ.

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