MDB e o PSDB estão namorando. As conversas que ora esquentam, ora esfriam, foram retomadas em Brasília pelos caciques das duas siglas. Este namoro pode virar casamento e interferir no cenário eleitoral de 2024.
O PSDB, que já faz parte da federação com o Cidadania, quer atrair o MDB. E o foco são as eleições municipais. A percepção dos caciques é que unidos eles podem conquistar mais prefeituras. As duas siglas, que já foram gigantes e comandaram os rumos do país, se apequenaram nos últimos anos — principalmente após a polarização entre Lula e Bolsonaro. Tucanos e emedebistas ficaram para trás com a ascensão de partidos de centro-direita, como PSD, União Brasil, PP…
A federação PSDB e Cidadania já está em curso desde 2021 e como tem validade de cinco anos, este casamento pode ser desfeito no início de 2026 — portanto, esta aliança não valeria para a eleição de governadores, deputados e presidente.
Se o casamento vingar, o reflexo será imediato. E aqui no Paraná essa fusão pode gerar uma saia justa. Quem preside o MDB paranaense é o deputado estadual Anibelli Neto, já o ninho tucano é comandado pelo deputado federal e ex-governador Beto Richa. O primeiro está alinhado ao governo Ratinho Junior, o PSDB, por sua vez, está cada vez mais perto do PT.
Senão bastasse isso, Anibelli Neto foi quem liderou a oposição ao governo Beto Richa na Assembleia. Se MDB e PSDB de fato “casarem” os dois terão de conviver, apesar das divergências políticas, e esquecer um discurso ou outro mais ácido da tribuna da Alep.