Uma declaração do senador Humberto Costa, que coordena o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, neste fim de semana, colocou um ponto de interrogação e provocou ruga de preocupações nos estrategistas da campanha de Luciano Ducci (PSB) — que deve liderar o campo da esquerda na eleição de 2024 em Curitiba, tendo o PT de Lula como aliado.
O cacique petista afirmou que a Executiva Nacional do PT decidiu que não vai fazer repasse de recursos para outros partidos na campanha eleitoral como uma política. Como parte de uma estratégia partidária visando a reeleição de Lula em 2026, o PT resolveu abrir mão de candidaturas próprias em algumas capitais em detrimento do apoio de aliados mais viáveis eleitoralmente — exatamente o cenário em Curitiba, assim como em São Paulo.
Se na capital paranaense o PT vai com Ducci, em São Paulo o partido de Lula abraçou a campanha de Guilherme Boulos (Psol). Dono do segundo maior fundo eleitoral no pleito deste ano, com R$ 619,8 milhões, os partidos aliados estão de olho nestes recursos do PT.
Ao ser questionado pelo jornal O Globo sobre a pedida do Psol para o PT injetar R$ 40 milhões na campanha de Boulos, Humberto Costa reagiu: “O PT decidiu, na Executiva Nacional, que não vai fazer repasse de recursos para outros partidos como uma política. O único caso que estamos admitindo é São Paulo. Mas não discutimos propostas de valor, nada disso. Esse dinheiro seria encaminhado via Marta Suplicy, vice da chapa”, disse.
A declaração provocou frouxos intestinais do PSB do Paraná — já que em Curitiba o PT está no arco de aliança, já que a vice está acertada para o deputado estadual Goura, do PDT. A fatia do PSB do fundo eleitoral é de “apenas” R$ 147,6 milhões para as candidaturas, tanto majoritárias quanto proporcionais, da legenda por todo o país.
Uma boa fonte do PT disse ao Blog Politicamente, que ainda não é um posicionamento definitivo do partido. “Entendo que é mais uma orientação e não uma proibição do partido”, afirmou. Outra aposta de Ducci, para garantir um naco do fundo do PT, é a interlocução do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, com o presidente Lula.
A cúpula nacional do PT sabe que Ducci é uma das grandes apostas dos socialistas para 2024. Outro fator vantajoso à Ducci, é que quem hoje comanda o partido de Lula é Gleisi Hoffmann — deputada federal pelo Paraná, que, além do projeto de reeleição presidencial, tem suas razões pessoais e partidárias para tentar conquistar o Palácio 29 de Março.
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