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Em menos de 40 minutos, os deputados da comissão especial da Assembleia Legislativa não só sabatinaram Augustinho Zucchi, na manhã desta segunda-feira (12) como também aprovaram a indicação dele para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
Sequer o quórum da comissão estava completo. Ao invés de cinco membros, só quatro se faziam presentes: o presidente da comissão Márcio Nunes, o relator Luiz Fernando Guerra, além de Mabel Canto e Márcio Pacheco. Cada um tinha direito a fazer até três perguntas. Ficaram mais na questão de trabalho conjunto entre Alep e TC.
A sabatina foi só uma formalidade. Independentemente das perguntas e das respostas, o resultado seria o mesmo. “Somos favoráveis à aprovação do nome de Augustinho Zucchi para preencher o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná por conter notório conhecimento e preencher todos os requisitos exigidos pela Constituição Estadual para ocupar o posto”, disse o relator, deputado Luiz Fernando Guerra.
Fora do script — Mesmo não compondo a comissão, o deputado Homero Marchese compareceu a sessão e, após aprovação de Márcio Nunes, fez questionamentos a Zucchi. Perguntou se a indicação guardava relação com um suposto compromisso firmado após a desistência de Osmar Dias de participar da eleição de 2018 — mesmo estando a frente das pesquisas na época. E abordou ainda a ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público do Paraná em 2020 pela contratação de uma funcionária fantasma quando Zucchi era deputado estadual.
Embora não estivesse no script, tais perguntas já eram esperadas por Zucchi, que respondeu de pronto. “Esta história sobre o Osmar Dias é uma balela. Quando ele desistiu não foi por isso. eEle nem conversou com Ratinho naquela época”, reagiu. “Nunca me propus a fazer o que não sei fazer. Me considero na condição de aceitar a indicação para poder contribuir com o TCE”, completou Zucchi.
Fantasma na Alep — Sobre a ação de improbidade, seguiu o roteiro nada original. Colocou a culpa da nomeação da funcionária fantasma, sem citar nomes, na conta da “Direção Geral” da Alep da época, então comandada por Abib Miguel — o Bibinho. “Tivemos na Alep um episódio, na época, dos Diários Secretos, eu era 2° vice presidente. Então recebi (do MP) uma informação sobre essa Rilza (da Cruz Silva) que eu não conhecia e fui ver como se deu a nomeação dela”, explicou Zucchi, para logo em seguida “dar nome aos bois”.
“(A nomeação de Rilza) se deu pela direção da casa. Eu era contra este acordo, porque esta investigação não prosperaria. E assinei este acordo porque a promotoria (do MP) não tinha provas, mas disse que teria que dar andamento mesmo assim. Foi feita esta proposta de acordo, eu disse que se fosse em 100 vezes eu topava. Preferi fazer este acordo, só por isso. Mas tenho estes documentos deste caso da funcionária e posso fornecer aos senhores, onde costa quem solicitou a contratação desta pessoa. Se ela entrar aqui não sei quem é. Não assinei nomeação dela”, disse Zucchi.
Agradecimentos — Por fim, Augustinho Zucchi disse estar plenamente apto a ocupar o cargo de conselheiro e agradeceu a indicação do governador Ratinho Junior. “Só tenho a agradecer e me sentir lisonjeado pela indicação do governador. Procurei sempre, na minha atuação, fazer o bem à população. Pretendo ser leal aos meus princípios, cuidando sempre da destinação dos recursos públicos, como sempre fiz, tendo uma atuação coerente e independente”, concluiu Zucchi.
Ao fim, saiu acompanhado pelo ex-deputado Raska Rodrigues, e ficou por cerca de 30 minutos no gabinete do deputado estadual Requião Filho. Sorridente, distribui acenos e cumprimentos pelos corredores da Assembleia ciente que não sofrerá qualquer resistência no plenário, ainda nesta semana, para ocupar o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná.