O que era tratado a portas fechadas, em rodas de analistas e assessores políticos, com a devida cautela e como um cenário remoto, hoje é bradado por todo o Centro Cívico e chegou até Brasília. No imaginário político paranaense a questão da eleição suplementar para o Senado Federal não é se vai acontecer, é quando.
O tema rompeu as fronteiras do Paraná e a primeira-dama do Brasil, Janja, ontem foi as redes sociais para “lançar” a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ao Senado Federal. Numa foto ladeada por Gleisi e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, escreveu: “E o dia começou com uma excelente conversa essas duas mulheres maravilhosas!! Ministra Aniele Franco e a futura senadora Gleisi”.
A certeza de uma eleição suplementar é tanta dentro do PT paranaense que já existe uma disputa interna, ainda surda, mas que ganha cada vez mais voz. O deputado estadual Requião Filho já verbaliza que também quer concorrer ao Senado na eleição suplementar e vai colocar o nome para apreciação do partido. “Só abro mão de tentar se ele (Roberto Requião) for candidato. O nome dele é o nome mais forte e mais natural”, disse ao Blog Politicamente.
O deputado federal Ricardo Barros, atual secretário da Indústria, Comércio e Serviços do governo de Ratinho Junior, já admitiu que também será candidato. Lançou até um dos motes da campanha ao dizer que o Paraná precisa de um senador que resolva problemas dos municípios.
Ação no TRE — A candidatura de Gleisi, Ricardo Barros, Requião Filho ou de qualquer outro ao Senado numa eleição suplementar depende da cassação do atual senador Sergio Moro (União Brasil). A aposta do PT, e também de algumas partidos de Centro Direita, é que o ex-juiz federal que conduziu a Lava Jato seja condenado no processo que tramita contra Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
A ação contra o ex-juiz da Lava Jato é do PL, do ex-deputado federal Paulo Martins, que foi derrotado por Moro na eleição de 2022 e do PT, e narra uma suposta prática de abuso de poder econômico, uso dos meios de comunicação e arrecadação e gastos eleitorais ilícitos — e pleiteia a cassação de mandato, além da declaração de inelegibilidade por 8 anos.
A palavra final, obviamente, será dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após julgamento no TRE paranaense.
Vudu –– Com vudu de Moro com mais agulhas que paciente de acupuntura, os políticos paranaenses estão se movendo. Enquanto isso, a equipe de defesa do senador, capitaneada pelo renomado advogado Gustavo Guedes, com ótimo trânsito em Brasília, trabalha em silêncio para convencer os juízes do TRE e, posteriormente, os ministros do TSE, que não houve qualquer irregularidade na campanha eleitoral que conduziu Moro ao tapete azul do Senado Federal.