O PSD deve entrar rachado na eleição para a prefeitura de Paranaguá, no Litoral do Paraná. Inchado, o partido do governador Ratinho Junior não fechou questão em torno de uma única pré-candidatura e a expectativa é de um cenário para lá de quente — típico da cidade.
De um lado, o vereador Arnaldo Maranhão, do PL do Capitão Jair Bolsonaro, tem as bençãos de parte do núcleo duro de Ratinho. Ortega, chefe da Casa Civil e homem de confiança do governador, é um dos maiores entusiastas. Ontem (6), Maranhão anunciou oficialmente sua pré-candidatura no salão de eventos do Literário.
Na mesma trincheira, está postado o jornalista e empresário André Pioli (PSD) que até pouco tempo era Diretor Empresarial da Portos do Paraná. Pioli conta com o apoio, principalmente, dos secretários Márcio Nunes, do Turismo, e Sandro Alex da pasta da Infraestrutura.
Tanto os analistas políticos que circulam pelo Iguaçu quanto os que costumam descer e subir a Serra do Mar com frequência, não acreditam num entendimento. A tendência, diante deste racha, é que o governador Ratinho não se envolva nesta autofagia. Recado que já chegou na cidade do Grande Mar Redondo — como Paranaguá era conhecida quando foi fundada.
Dissabores — Se não bastasse isso, Pioli atravessa por um momento de turbulência nesta pré-campanha. Primeiro foi a prisão de André Pimenta Chaiben — que era ligado a Pioli e nomeado, pelo mesmo, como Coordenador de Acompanhamento Empresarial em 2020 — ligado a Diretoria Empresarial da Portos do Paraná. Chaiben foi preso na operação Farmers do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde, no Estado de Goiás, que contou com o apoio do Cope — unidade de elite da Polícia Civil do Paraná.
A ação investigava uma associação criminosa especializada em delitos de estelionato e lavagem de dinheiro que teria dado um golpe de aproximadamente R$ 10 milhões em empresários do ramo agropecuário de Rio Verde. A promessa era baratear os custos de produção agrícola. Ao Blog Politicamente, uma boa fonte do meio policial contou que o material apreendido com os alvos da operação é tão farto que não está descartada uma nova fase ostensiva da Farmers.
Outro desgosto é o desentendimento político na tradicional família Roque que coloca em xeque a estratégia desenhada para a eleição de Pioli. O prefeito, Marcelo Roque, quer fazer Pioli seu sucessor. Mas o irmão, Marquinhos Roque, vai apoiar à pré-candidatura a prefeito do vereador Adriano Ramos, do Republicanos, que assiste de camarote o embate entre Maranhão e Pioli.
No linguajar parnanguara: “Cada Roque com o pé numa canoa. Meu caneco!”.