Eduardo descola e lidera pesquisa. Requião aparece com dois dígitos

A mais recente sondagem eleitoral do Instituto Paraná Pesquisa, contratada pela TV Band e divulgada nesta terça-feira (14), traz mudanças significativas na corrida pelo Palácio 29 de Março.

O primeiro destaque é o descolamento de Eduardo Pimentel (PSD) que passa a liderar a corrida pela prefeitura de Curitiba. Aquele cenário de empate técnico dentro da margem de erro entre até cinco pré-candidatos não existe mais — pelo menos não na sondagem feita pelo Paraná Pesquisa. A maior exposição na mídia, tradicional e digital, e nos eventos tanto do governo quanto da prefeitura, além da saída de Deltan Dallagnol (Novo) da disputa ajudam a explicar o desempenho do vice.

A curiosidade é a ausência do nome de Maria Victoria do PP nos cinco cenários pesquisados. Ricardo Barros, cacique do Progressista, quer fazer a filha vice de Eduardo e já mandou recado que se ela não estiver na chapa do PSD, Maria Victoria vai disputar a prefeitura da capital.

Requião e Beto — O outro ponto que chama a atenção é o desempenho do ex-governador Roberto Requião, no minúsculo PMN. Se há um mês Requião era considerado carta fora do baralho, a pesquisa traz ele com dois dígitos nos cenários propostos ao eleitor. Péssima notícia para a esquerda.

O resultado da sondagem eleitoral mostra Requião com uma realidade bastante similar ao do ex-desafeto político Beto Richa (PSDB). Os dois já foram prefeitos da capital. Já foram governadores. Já lideraram grandes partidos e alianças. Mas hoje estão em legendas desidratadas, Requião mais ainda no Mobiliza, sem apoio, sem tempo de rádio e televisão e com rejeição alta junto ao eleitor curitibano. O tucano ainda dispõe de um fundo partidário considerável. Requião terá de se reinventar e contar moedas.

Cenários estimulados — O Paraná Pesquisa simulou cinco cenários na pesquisa estimulada. “Eduardinho” lidera em todos eles — motivo de estampidos no bunker do vice-prefeito. Isso que os dois principais padrinhos políticos, o prefeito Rafael Greca e o governador Ratinho Junior, ainda não foram à campo. E olha que se negocia ainda nos bastidores o apoio pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha de Eduardo Pimentel.

No primeiro cenário, Eduardo apareceu com 22,9% seguido de quatro adversários — todos empatados dentro da margem de erro. Luciano Ducci (PSB) com 13,1%, Ney Leprevost (União Brasil) com 12,8%, Requião teve 11% e Beto Richa 11%. Ainda pontuaram Paulo Martins (PL) com 8,1%, Goura (PDT) teve 6,5%, Cristina Graeml (PMB) ficou com 5,4%, Luizão Goulart, do Solidariedade, teve 2,3%, o petista Zeca Dirceu (0,8%), Samuel de Mattos (PSTU) com 0,4% e Andrea Caldas (PSOL) com 0,1% fecham a lista.

Zé Dirceu — O desempenho do filho de Zé Dirceu na pesquisa, aliás, joga uma ducha de água fria na pretensão dele de disputar a prefeitura de Curitiba. Com o,8% das intenções de voto, Zeca Dirceu terá trabalho redobrado para convencer Gleisi Hoffmann e o presidente Lula de não levar o PT para a pré-candidatura de Luciano Ducci. Sem falar nos 17,5% de rejeição em Curitiba.

Num cenário mais restrito, Eduardo Pimentel lidera com 26,4%, seguido de Ducci e Ney, cada um com 14,5%, Requião com 11,6%, Beto Richa foi lembrado por 8,4% dos eleitores ouvidos, Goura com 5,8% e Luizão com 1,6% fecham o segundo quadro. Sem Requião na disputa, Ducci, como único representante da esquerda, sobe na pesquisa, mas o candidato dos palácios Iguaçu e 29 de Março segue na ponta.

Eduardo aparece com 28,5%, enquanto Ducci tem 19,9%, 19,3% para Ney, 10,6% para Beto Richa e 2,1% para Luizão. O Paraná Pesquisa ainda simulou um quadro sem Ney Leprevost na disputa. Neste cenário, novamente, Eduardo Pimentel na frente com 34,4%, com Ducci em segundo com 24,1%, seguidos por Richa (13,9%) e Luizão (2,6%).

Por fim, o quinto cenário exclui tanto Requião quanto Beto Richa. É o cenário mais “apertado”. Eduardo lidera com 30,4%, contra 22,9% de Ducci e 22,8% de Ney. O candidato do SD aparece com 2,5%.

De jeito nenhum — A rejeição dos pré-candidatos também foi aferida pelo instituto de Murilo Hidalgo. 56,3% disseram que não votariam de jeito nenhum em Beto Richa. A rejeição de Requião é de 41,3%, 17,5% para Zeca Dirceu, 16% de Ducci, 12,1% de Goura e 12% para Ney. Eduardo e Paulo Martins tem rejeição de 10,8% do eleitorado Curitiba, enquanto Luizão e Samuel de Mattos tem 10,3%. Os pré-candidatos com menos rejeição são duas mulheres: Cristina Graeml com 9,9% e Andrea Caldas com 9,4%.

Ratinho e Greca são os dois principais cabos eleitorais em Curitiba — o que é ótimo para Eduardo Pimentel, que conta com ambos na campanha. 31,1% dos curitibanos ouvidos na pesquisa disseram que votariam com certeza no candidato indicado pelo governador; e 27,1% no nome apoiado por Greca. Chama a atenção o porcentual de 43% dos eleitores da capital que disseram que jamais votaria no candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Índice que pode acender uma luz amarela na estratégia de trazer o Capitão para o bunker de Eduardo.

O presidente Lula segue com rejeição alta em Curitiba. Dos eleitores ouvidos pelo Paraná Pesquisa, 61,3% responderam que não votariam de jeito nenhum no candidato apontado pelo petista. E apenas 12,4% votaria no nome indicado por Lula.

O impacto do apoio de Greca, Ratinho e Lula pode ser explicado na aprovação das respectivas gestões. Greca tem aprovação de 74,9%, desempenho de Ratinho é um pouco melhor: 75,4%. E 35,1% do eleitorado curitibano aprova a administração do petista neste 3° mandato.

Metodologia: A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o número PR-01291/2024. Foram ouvidos 800 eleitores entre os dias 8 e 13 de maio. O grau de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 3,5% para mais ou para menos.

 

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

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