Eduardo cita saúde, transporte e educação como os maiores problemas de Curitiba

Mais do que apresentar propostas, o candidato que exerce o mandato tem que também dar explicações sobre os atos da gestão. É vidraça em qualquer debate político e também na campanha eleitoral. Eduardo Pimentel participou nesta sexta-feira (13) da sabatina promovida pela Rádio e Portal Banda B em conjunto com o Blog Politicamente. Para a série de entrevistas, foram convidados seis dos dez concorrentes que obtiveram o mínimo de 5% das intenções de votos na pesquisa Radar, contratada pela Banda B, registrada sob o número 03410/2024 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na próxima segunda-feira (16), a sabatina será com o candidato Luizão Goulart (SD), das 13h15 às 14h — com transmissão pelas redes sociais da Banda B e do Blog Politicamente.

Apesar de ser vice-prefeito de Curitiba, e não ter a caneta cheia nas mãos, Eduardo Pimentel (PSD) teve dividir o tempo entre o que pretende fazer, caso seja eleito prefeito de Curitiba em outubro, e o que fez na administração comandada por Rafael Greca (PSD). Transporte público, vagas em creche, saúde e segurança foram alguns dos temas abordados na sabatina. São assuntos bastante afetos ao curitibano e, justamente por fazer parte do dia a dia, é que as reclamações são mais acaloradas — prato cheio para os concorrentes ao Palácio 29 de Março.

A tarifa do ônibus a R$ 6 é uma reclamação constante de quem anda no transporte coletivo que dá sinais de esgotamento. Um dos desafios do próximo prefeito será fazer uma nova licitação de concessão do serviço. Eduardo afirmou que trabalha com a possibilidade da redução da tarifa a partir do novo contrato, mas que a partir de 2025, se eleito, tomará duas ações: “a primeira é a tarifa pela metade aos domingos e feriados. E a outra, é a tarifa gratuita para o trabalhador desempregado. Vamos custear a tarifa, por exemplo, se [o desempregado] tiver uma entrevista, ele terá tarifa paga pela prefeitura até ser contratado”. Rapidamente à pergunta vem à mente: “por que não adota estas medidas já?”. O vice-prefeito cita a restrição da Justiça Eleitoral já que é ano de eleição.

Além do transporte, para o candidato do PSD a saúde e educação são os temas que precisam de mais atenção, seriam os três principais problemas da cidade. “São as três áreas que fizemos muito, mas é muito dinâmico. São as grandes áreas de atenção ao orçamento público nos próximos quatro anos”.

Assim como o transporte público, a saúde, por vezes, dá sinais claros de colapso. Filas nas UPA`s, demora para realização de exames e consultas com especialistas, congestionamento de ambulâncias em frente de prontos-socorros que não conseguem mais atender, dentre outros, foram problemas presenciados nesta gestão Greca/Eduardo.

“Eu já me comprometi em construir duas novas UPA`s e seis unidades básicas de saúde, bem como hospital e maternidade do Bairro Novo. Vamos construir um hospital com 200 leitos, 57 salas de UTI, além disso, a construção de um centro municipal de diagnóstico por imagem que vai nos ajudar com a diminuição da fila de especialidades no dia a dia”.

Para atender toda esta nova demanda na saúde, Eduardo não descarta a realização de concurso público. Para a segurança, o candidato promete lançar concurso para a Guarda Municipal já nos primeiros três meses de gestão.

Vice-prefeito admite deficit de pouco menos de 7 mil vagas em creches

Na questão das creches, outro tema recorrente nas propagandas dos adversários, o vice-prefeito admite um deficit é de menos de 7 mil vagas para curitibinhas de 0 a 3 anos, mas garante que a prefeitura de Curitiba atende o que é determinado pelo plano nacional de educação e que até o fim do ano ele e o prefeito Greca pretendem zerar esta fila. Eduardo cita que a prefeitura de Curitiba já lançou um novo edital para a compra de 10 mil vagas de creche na iniciativa privada — o que resolve, momentaneamente, o problema.

“Hoje o plano nacional de educação diz que as prefeituras precisam disponibilizar 50% das vagas e Curitiba disponibiliza 58%. Há 60 dias, a prefeitura lançou edital para a compra de 10 mil vagas. No meu plano de governo, eu já me comprometi com 30 novos CMEI`s, são 9 mil vagas para os próximos anos, priorizando sempre as crianças de maior vulnerabilidade social na cidade”.

Eduardo também comentou sobre os polêmicos radares de Curitiba e a milionária arrecadação decorrente das multas, assim como a poda de árvores da avenida Arthur Bernardes, que tem provocado reação de moradores e acabou suspensa por determinação judicial. Sobre os radares, o candidato garantiu que foram instalados apenas três novos equipamentos durante toda a gestão, sendo que, o que de fato aconteceu, foi um remanejamento deles o que ocasiona nos motoristas a percepção de novas instalações. ” Sou a favor do radar como orientação. Vou sinalizar cada vez mais os radares, porque ele tem que ser orientativo, tem que mostrar ao motorista onde está o radar e diminuir a velocidade, nunca como punitivo”, garantiu. Afirmou ainda que são arrecadados por ano de R$ 150 milhões a R$ 180 milhõesque são revertidos em campanhas de orientação no trânsito e obras. Haja campanha de orientação.

 

Foto: Prefeitura de Curitiba

E com relação as árvores da Arthur Bernardes, Eduardo garantiu que a área verde do local não só será mantida, como vai aumentar de tamanho.

“Todo aquele parque linear será revitalizado, as quadras poliesportivas serão revitalizadas, a área verde permanecerá. Temos uma obra com recursos internacionais que é a requalificação da infraestrutura da Linha Inter 2, que passa por 29 bairros da cidade em sentido circular. Em muitos dos locais estamos fazendo faixas exclusivas para os ônibus, para que os trabalhadores tenham menos tempo dentro do ônibus. Isso é qualidade de vida. Para isso, estamos reformando os terminais e há ali a previsão é de construção do mini Terminal do Santa Quitéria, para facilitar a integração e dar agilidade. Para isso um pedaço muito pequeno, algumas árvores foram transplantadas, há previsão com licença ambiental, de retirada de cerca de 200 árvores, que para compensar serão plantadas 8 mil árvores mo local. Então, é um trecho pequeno. Aquele parque linear vai aumentar de tamanho e será revitalizado com 8 mil árvores plantadas para compensar essas 200”.

Eduardo e os seus padrinhos

Foto: Reprodução Redes Sociais

Eduardo segue o mantra, repetido na propaganda eleitoral, que está “preparado”, slogan de sua campanha, para tocar a cidade que está em constante transformação e defende uma administração de continuidade de Rafael Greca — que curte os últimos meses de prefeito e deve deixar o cargo com uma alta taxa de aprovação dos curitibanos. O governador Ratinho Junior, o outro padrinho de Eduardo nesta eleição, também foi citado, assim como Deltan Dallagnol. E apesar de ainda não ter aparecido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, já declarou apoio a Eduardo e ao vice Paulo Martins, que é do PL do “Capitão”. Para driblar a polarização, o candidato do PSD tem adotado a mesma estratégia de Ratinho. “Quero administrar a cidade não quero mudar a ideologia de ninguém, minha administração será para todos”, disse, citando ainda os sete partidos da coligação: Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB.

Aliás, esta ampla frente de apoio pode cobrar espaços numa eventual futura gestão a partir de 2025. “Ganhando as eleições, vou montar uma equipe de governo eficiente, através de currículo. Claro que posso aceitar indicações, mas de gente qualificada. Vou avaliar currículo. Vou escutar todo mundo, mas a decisão final será a minha”, garantiu.

Se a relação com Ratinho é das melhores, o que garante uma boa interlocução com o governo estadual para atrair, por exemplo, obras para a capital, a com o presidente Lula ela inexiste. Eduardo, no entanto, promete deixar a divergência política de lado e embarcar para Brasília, já em janeiro de 2025, em busca de apoios para viabilizar uma relação de projetos desenhados para Curitiba.

 

 

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