Eduardo abre vantagem em eleição com 61,8% de indecisos. Veja perfil dos que não sabem em quem votar

A mais recente pesquisa eleitoral divulgada com o cenário da corrida eleitoral pela prefeitura de Curitiba é marcada pela diferença aberta por Eduardo Pimentel (PSD) para o bloco de “segundos colocados”, que é encabeçado numericamente por Luciano Ducci (PSB). Na sondagem feita pela Paraná Pesquisa e divulgada nesta quarta-feira (11), o candidato do PSD aparece na estimulada com 32,1% — o dobro de Ducci (16%), Ney Leprevost (12,5%) e Roberto Requião (10,9%), que estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.

Fotos: Redes Sociais

O segundo bloco de candidatos, um pouco mais desgarrado, é composto por Cristina Graeml (6%), Maria Victoria (3,5%), Luizão Goulart (2,9%), Andrea Caldas (1%) e Samuel de Mattos (0,3%). Felipe Bombardelli não pontuou na pesquisa. Os resultados indicam, ainda, uma eleição em Curitiba em dois turnos. Mas já tem gente nos palácios Iguaçu e 29 de Março falando cada vez mais otimista numa disputa em único turno.

Na pesquisa espontânea, Eduardo foi lembrado por 14,5% — quase o triplo de Ducci, que teve 5,8%. Ney Leprevost apareceu com 4,4%, Roberto Requião com 3%, Cristina Graeml com 2%, Maria Victoria com 1,1%, Luizão teve 0,9% e Andrea Caldas foi citada por 0,1% dos entrevistados.

Alguns fatores podem explicar o desempenho de Eduardo Pimentel, que conseguiu abrir uma boa vantagem. O fato de ocupar um latifúndio no horário eleitoral gratuito, com quase o dobro do tempo de propaganda de todos os concorrentes juntos, por exemplo, além da “exploração” da imagem dos dois padrinhos políticos: o prefeito Rafael Greca e o governador Ratinho Junior. O ex-governador Jair Bolsonaro (PL), que chegou a gravar com o candidato do PSD, segue mais sumido da campanha em Curitiba do que nota de R$ 200 no bolso do brasileiro.

Outra explicação pode ser a rápida resposta à temas indigestos levantados pelos concorrentes — como segurança, transporte público, deficit no número de vagas de creche para crianças de 0 a 3 anos, entre outros. Quando a crítica dos adversários começa a “pegar”, o comando da campanha prepara inserções e propagandas para passar a versão de Eduardo Pimentel. Isso tem acontecido e repetido sistematicamente.

Qual o perfil dos indecisos?

A menos de 30 dias para a abertura das urnas, todas as estratégias vão mirar nos indecisos. A pesquisa espontânea traz um dado importante para todos os candidatos: 61,8% dos curitibanos ouvidos pelo Paraná Pesquisa ainda não sabem em quem votar. É um porcentual alto, mesmo com pouco mais de 10 dias de propaganda política eleitoral no rádio e na TV. Esta indefinição é boa para todo mundo. Para quem lidera a pesquisa de intenção de voto estes indecisos podem representar, por exemplo, a chance de vencer em primeiro turno.

O bloco de trás dos candidatos enxerga este índice de 61,8% como uma oportunidade de apertar esta diferença e crescer junto ao eleitorado curitibano.

E qual o perfil do eleitor indeciso? Segundo a Paraná Pesquisa, a maioria dos indecisos são mulheres, de 16 a 24 anos, do ensino médio e dentro do conceito de PEA (População Economicamente Ativa) para se referir a pessoas de 10 a 65 anos classificadas como ocupadas ou desocupadas.

Eduardo Pimentel foi o candidato mais citado pelas mulheres entrevistadas (27%). Ao mesmo tempo, a pesquisa mostra que dentro do eleitorado de Luciano Ducci, a maioria são mulheres. Dos 16% dos curitibanos ouvidos pelo Paraná Pesquisa e que declararam votos no ex-prefeito, 20,5% são mulheres e 10,8% são homens. Dado que o marqueteiro Maurício Ramos deve se debruçar e tentar intensificar o discurso da campanha com foco nas “indecisas”.

Dentre os mais jovens (de 16 a 24 anos), Eduardo foi o mais citado na pesquisa (25%) — mas é a menor faixa etária que vota nele. Curitibanos com 60 ou mais é a maior parcela dos votos do candidato do PSD (35,8%). Então, nos próximos dias Juca Pacheco e João Debiasi devem usar seus filmes para dialogar com os jovens.

A maioria dos eleitores com ensino médio, 29,3%, declararam voto em Eduardo Pimentel. Mas Requião é quem tem maioria deste perfil dentro do seu eleitorado. Dos 10,9% dos votantes no ex-governador, 13,2% declararam ter o ensino médio.

A rejeição dos candidatos

Além de tentar conquistar novos votos, é preciso manter os já conquistados. E os candidatos precisam estar atentos à rejeição. Requião apareceu no levantamento da Paraná Pesquisa com uma rejeição de 38,6% — a maior dentro todos os concorrentes à prefeitura de Curitiba. Ducci teve 18,9%, Maria Victoria foi citada por 16,1%, seguida de Eduardo Pimentel (14%), Ney (12,8%), Luizão (8,9%), Graeml (7,6%), Andrea Caldas (7,5%), Samuel (6,1%) e Bombardelli (5,5%).

Metodologia: O Paraná Pesquisa ouviu 800 eleitores entre os dias 07 e 10 de setembro de 2024. O grau de confiança é de 95% e uma margem de erro de 3,5% para mais ou para menos. A pesquisa está registrada sob o número PR-02748/2024.

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