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Ducci suspeita de mudança no contrato do transporte público, fala em metrô e sobe o tom contra Greca/Eduardo

Luciano Ducci (PSB) está disposto a colocar de pé o projeto de construção do metrô em Curitiba. Ciente do custo, do prazo e dos efeitos da intervenção necessária na cidade, o ex-prefeito da capital diz estar pensando a médio e longo prazo. “Alguém tem que começar. Não é possível imaginar Curitiba daqui a 30 anos sem metrô”. Na verdade é mais uma retomada da ideia do que uma promessa de campanha, já que quando administrou a cidade o projeto estava tramitando e com recursos garantidos da União. E só não foi para frente porque Ducci perdeu a eleição de 2012 quando todos acreditavam numa vitória nas urnas — já que ele era prefeito e tinha o apoio do então governador Beto Richa, cenário muito parecido de Eduardo Pimentel, candidato do PSD neste pleito de 2024. “Talvez o metrô já existisse em Curitiba CIC Sul/Santa Cândida. Infelizmente não aconteceu”.

O candidato do PSB participou nesta quinta-feira da sabatina promovida pela Rádio e Portal Banda B em conjunto com o Blog Politicamente. Para a série de entrevistas, foram convidados seis dos dez concorrentes que obtiveram o mínimo de 5% das intenções de votos na pesquisa Radar, contratada pela Banda B, registrada sob o número 03410/2024 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Nesta sexta-feira (13), a sabatina será com o candidato Eduardo Pimentel (PSD), das 13h15 às 14h — com transmissão pelas redes sociais da Banda B e do Blog Politicamente.

“Vou pegar o projeto do metrô que está pronto e levar ao Governo Federal. Pretendo fazer só com o dinheiro do Governo Federal porque Curitiba não tem condição de fazer sozinha. Se a gente for pensar que é tudo muito caro ninguém vai fazer nada”.

O candidato do PSB sobe o tom da crítica à gestão do prefeito Rafael Greca e do vice Eduardo, ao sugerir uma eventual mudança no contrato do transporte público de Curitiba — que será licitado em 2025. O atual contrato é de 2010, da gestão de Ducci e quando questionado sobre a tarifa de R$ 6 — uma das mais caras do país dentre as capitais, o ex-prefeito parte para o ataque. Ele promete reavaliar o contrato vigente. “É o primeiro ponto que vou fazer já em novembro se ganhar eleição em novembro. Quero olhar item por item o que mudaram nesse contrato, tinha tarifa de mulher, acabaram com o ligeirão azul, e se não estivesse bom poderiam simplesmente ter denunciado o contrato ao Ministério Público, à Justiça, rescindido se houvesse alguma coisa errada. Acho que o problema são as alterações que fizeram nele ao longo desses anos todos”.

“Tem bases que garantiam lá atrás que trocássemos a frota com 1.200 ônibus novos, mantivéssemos a domingueira a R$ 1, colocássemos ligeirão azul totalmente a biocombustível, tínhamos a 11ª tarifa do Brasil. É preciso ver o que mudou naquele contrato. O que foi mudado. O BNDES contratou estudo novo a para licitação. Eu quero discutir com a equipe técnica da prefeitura e pessoas especializadas na área para ter uma tarifa mais barata em Curitiba”.

“Pronto-socorro para desafogar o sistema de saúde de Curitiba”

A mobilidade urbana, assim como a Saúde, parecem ser os dois principais pilares da campanha de Ducci. Ou pelo menos, os dois temas que o ex-prefeito discorre com, mais volúpia. O plano de governo do pessebista, anexado no sistema da Justiça Eleitoral, parece não estar no mesmo tom das propagandas eleitorais. Na TV, Ducci e o onipresente Goura Nataraj, o vice na chapa, falam em construção de um pronto-socorro em Curitiba com 400 leitos. Seria uma forma de desafogar o sistema de saúde “saturado de Curitiba, que tem que recorrer aos hospitais da região metropolitana”, diz.

“Vemos ambulâncias a espera de vagas em pronto-socorro. Eu quero construir um pronto-socorro municipal com 400 leitos: 150 leitos UTI, 150 de enfermaria e 100 de pronto-socorro. E não só para acidentados, mas para atender quem infartou, quem teve um AVC. Ter uma equipe completa em hospital de referência, multifuncional e que possa servir de modelo não só para o Paraná, mas o Brasil. Já tenho apoio do governo federal, custa mais ou menos R$ 250 milhões e vai dar um alívio ao sistema”

Ducci acusa a atual gestão Rafael Greca/Eduardo Pimentel de fechar a UPA da Matriz. “Vamos fazer a UPA da Matriz, de Santa Felicidade e ampliar áreas de atendimento. Será um reforço grande, acabando com as terceirizações, muitas vezes quarteirizações. Modéstia a parte, de saúde entendo bem”.

A ideia de Ducci é trazer uma nova roupagem ao Programa Mãe Curitibana, uma ampliação. O Mãe Curitibana foi criado por Ducci em 1999 quando ele secretário de Saúde do Paraná. O programa oferece um acompanhamento a gestantes e bebês desde o início da gravidez até os 40 dias de vida da criança. Agora, Ducci quer prolongar este acompanhamento dos bebês e garantir às mamães uma vaga na creche — problema enfrentado por quase metade das curitibanas com filhos de 0 a 3 anos — segundo Ranking de Eficiência dos Municípios (REM-F), divulgado recentemente pelo jornal Folha de S. Paulo.

“Quero que as mães saibam em qual CMEI seu filho vai ficar depois que vencer a licença gestação. Não é loucura do Luciano Ducci. Em São Paulo já existe desde 2020 isso e vamos fazer isso em Curitiba. Eu sei quantas vagas estão faltando por região e quantas estão disponíveis. É uma questão de planejamento e podemos fazer na cidade inteira. São Paulo faz isso. É um avanço”

Ducci promete construir novas CMEI`s (Centros Municipais de Educação Infantil), mas até entregá-las, pretende manter o convênio com a rede privada. Parceira também é a solução apresentada pelo candidato para resolver a fila para realização de exames e consultas de especialidades. “Tem gente que está na fila de espera de exame de imagem há 1 ano, 1 ano e meio. Vamos fazer parcerias na área de imagem, contraturno de centros especializados, fazendo com que funcionem 24 horas. Outra questão são as consultas, retomar mutirões em parceria com universidades, hospitais públicos e filantrópicos. Não vai acabar com fila, porque todo dia tem gente entrando, mas vamos diminuir o tempo de espera e dar transparência. Que a pessoa possa saber em que lugar está na fila e ter clareza de quando vai ter seu problema resolvido”.

Parceira com o governo federal para as “grandes obras”

O candidato do PSB apoia muitas das suas propostas numa parceria com o governo federal — leia-se presidente Lula. Ducci é o candidato oficial de Lula e do PT. “Ter apoio do governo federal e do presidente nunca deve ser uma coisa negativa, porque os recursos de verdade para fazer grandes obras estruturantes estão no governo federal”, diz. “Quero mostrar para a população que a gente tem um plano de governo forte, consistente, que avança muito na área social, que não vai deixar a cidade estagnada e para isso a gente precisa do apoio do governo federal. Importante tanto na saúde, na educação, na área da moradia e infraestrutura urbana.

A união com o PT talvez seja um dos principais obstáculos de Ducci no diálogo com o eleitor curitibano na eleição de 2024. Nesta semana, a Paraná Pesquisa mostrou que cerca de 60% desaprovam a gestão de Lula. Aliás, o presidente ainda não “entrou” na campanha. “Quando for o momento necessário Lula vai estar aqui”, afirma. Aliás, nem recursos do fundo gordo partidário do PT deve entrar na campanha — não neste primeiro turno. Uma resolução do PT impede a destinação para candidatos que não sejam do partido. Apesar disso, Ducci garante não haver nenhum ruído, pelo contrário.

“Todo mundo sabe minha posição ideológica. Tenho uma crença que a transformação acontece pela área social. Quero investir muito em área social, se a pessoa pensa que é direita, esquerda, isso é de cada um. Eu procuro fazer o meu melhor”.

A campanha do PSB aposta que os pouco mais de 30% que votaram no petista em 2022 são suficientes para levar Ducci e Goura para o segundo turno. E ele não descarta na reta final da campanha, adotar a estratégia do voto útil para atrair toda a esquerda — hoje dividida entre Ducci e Roberto Requião, que era do PT e se candidatou pelo nanico Mobiliza.

Embora enfrente a concorrência com Roberto Requião pelo naco do eleitorado da esquerda, Ducci se mostra focado em apontar o dedo para a gestão Greca/Rafael. Ele propõe fazer um X1 com o candidato do PSD, comparando as gestões. Ducci diz que em dois anos como prefeito fez mais do que os 7 anos de Greca e Eduardo.

Assista à sabatina com Luciano Ducci.

 

Redação Redação:

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