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Deputado relembra caso de corrupção e se manifesta contra Traiano na presidência da CCJ

Se a eleição da Mesa Executiva da Assembleia Legislativa para o biênio 2025/2026 foi para lá de previsível, com a unanimidade em torno da chapa Alexandre Curi/Gugu Bueno, a disputa pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alep promete pegar fogo nos bastidores. Dois deputados já declararam publicamente que querem comandar àquela que é a mais importante comissão da Casa — a porte de entrada de todos os projetos de lei. De um lado, o atual presidente Ademar Traiano e do outro Luiz Cláudio Romanelli, que foi 1º secretário. São dois deputados com ampla história política na Assembleia e que conhecem como poucos os meandros da Casa e as eleições no legislativo.

Foto: Orlando Kissner/Alep

Normalmente, os nobres deputados se acertam nos bastidores e evitam um bate-chapa. Mas, ao que tudo indica, nem Traiano tampouco Romanelli pretendem abrir mão da presidência da CCJ. O problema é que ambos tiveram a promessa do Palácio Iguaçu e agora a celeuma está criada. Romanelli abriu mão da CCJ em 2022, a pedido do governo, em prol de Tiago Amaral. E, na época, recebeu o recado do Iguaçu que o próximo presidente da CCJ seria ele. Pois bem. Mas recentemente Traiano buscou o Palácio e recebeu sinal verde para disputar a comissão.

O assunto está quente nos bastidores, mas na sessão desta terça-feira (26) o deputado estadual Fábio Oliveira (Podemos) resolveu trazer a disputa à tona e se posicionou veementemente contra Traiano — ao relembrar, da tribuna da Alep, o fato do presidente da Casa ter assinado um ANPP (Acordo de Não Persecução Penal) e um ANPC (Acordo de Não Persecução Cível) com o Ministério Público do Paraná em que ele confessa ter recebido R$ 100 mil de propina de um empresário que mantinha contrato com o Poder Legislativo. O dinheiro foi pago parte nas dependências da própria Assembleia e outra parte, segundo Fábio Oliveria, na residência de Traiano.

Por conta destes acordos firmados, o deputado Ademar Traiano devolveu o recurso recebido ilegalmente, com juros, e se livrou de responder a qualquer processo, cível ou criminal, na Justiça.

No discurso desta terça, Fábio Oliveira jogou a responsabilidade para os deputados que vão compor a CCJ a partir de 2025 — já que são os 11 membros que votam e elegem o presidente da comissão. Pelo regimento interno, cada partido indica, conforme a representatividade na Casa, os deputados para a comissão.

“A eleição de 2026 começou em 27 de outubro de 2024. Os paranaenses não têm memoria curta. Colocar Traiano como presidente da CCJ é arruinar o pouco prestígio que esta Casa de Lei tem perante o povo paranaense”, disse Fábio Oliveira.

Durante o discurso era nítido o mal-estar que o tema causa entre os deputados estaduais. O cenário era de um plenário cabisbaixo com os deputados desviando os olhares do orador. Traiano, que presidia a Casa, por vezes dirigia os olhos ao seu colega de parlamento.

Menos de 20 minutos depois da fala de Fábio Oliveira, foi a vez de Romanelli discursar, mas ele evitou o tema da CCJ e destacou a iniciativa do governador Ratinho Junior de destinar R$ 52 milhões em emendas para organizações sociais — beneficiando hospitais filantrópicos, instituições de atendimento a crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Os recursos fazem parte da parceria entre os poderes Executivo e Legislativo que permitiu a devolução de R$ 432 milhões da Assembleia Legislativa aos cofres públicos, entre emendas e economias do Legislativo, incluindo o apoio a programas como o Asfalto Novo, Vida Nova.

 

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