O delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, que conduziu inquéritos da operação “Lava Jato”, entrou com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, para trancar a investigação sobre a instalação de um grampo ilegal encontrado na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Superintendência da PF de Curitiba em 2014.
O advogado de Márcio Anselmo sustenta excesso de prazo para conclusão, já que se passaram quatro anos sem qualquer denúncia oferecida, além da ausência de justa causa “já que inexistem indícios de autoria ou prova de materialidade de qualquer infração” e ainda um indevido desarquivamento de ofício pelo magistrado.
Márcio Anselmo diz que a conduta do Appio causa estranheza, pois teria um caráter revanchista contra os investigadores que participaram da Lava Jato. No habeas corpus, o advogado de Márcio Anselmo sustenta que o caso foi investigado na época e devidamente arquivado pela Justiça Federal.
Esta investigação que o delegado da PF busca trancar no TRF4 foi aberta juiz federal Eduardo Appio que está afastado da 13° Vara Federal de Curitiba por ordem do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Appio atendeu ao pedido do Youssef que pediu também a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações. O aparelho de gravação foi encontrado pelo próprio doleiro dentro da carceragem. Na época, a PF alegou que a escuta era antiga, instalada com autorização judicial na época em que o traficante Fernandinho Beira Mar estava detido, mas que depois ela foi desativada. Este, aliás, é um dos argumentos de Márcio Anselmo.
O doleiro Alberto Youssef, que foi um dos primeiros alvos da Lava Jato, foi apontado como operador financeiro de um esquema de desvios na Petrobras e a relação dele com diversos partidos e políticos o tornou o delator mais importante da Lava Jato, já que ele entregou muita gente graúda.
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