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Cristina Graeml enfrenta nova guerra interna no PMB na reta final do 2º turno

Por Carol Nery, atualizada às 17h01

A candidata Cristina Graeml iniciou sua surpreendente caminhada pela prefeitura de Curitiba, ao sair praticamente do zero e chegar à disputa em segundo turno, com dificuldades dentro do Partido da Mulher Brasileira (PMB) e vai terminar o pleito esta semana da mesma forma, sendo ou não eleita. Se na pré-campanha ela quase deixou de concorrer ao pleito por conta da tentativa de dissolução do partido pela executiva nacional — revertida pelo Tribunal Superior Eleitoral –, agora ela vive a falta de apoio da própria sigla no Paraná.

Irineu Carlos Fritz, presidente do PMB Paraná (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

 

Mesmo com uma candidata própria concorrendo na capital do estado, o novo presidente do PMB Paraná, Irineu Carlos Fritz, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que a legenda está neutra neste pleito.

“Estamos neutros. Não estamos apoiando a Cristina, nem o Eduardo”, declarou Fritz à publicação, veiculada nesta quinta-feira (24).

Fritz chega ao PMB Paraná após expulsão de Fabiano dos Santos

Fritz é empresário do setor imobiliário e assumiu o cargo há pouco mais de um mês, após a expulsão de Fabiano dos Santos do diretório estadual do partido. O ex-presidente passou por um processo administrativo realizado pelo Conselho de Ética do PMB. Após parecer, o conselho gestor do partidoo, por unanimidade dos votos, entendeu que o contabilista deveria ser expulso e desfiliado do partido por cometer “grave falta partidária”.

Fabiano dos Santos foi denunciado anonimamente e acusado de infidelidade partidária, por meio de um vídeo que teria sido propagado por meio das redes sociais dele, conforme apuração do Conselho de Ética do PMB, usando “expressões ofensivas à dignidade e à honra do Partido, que foram muito além da livre manifestação do pensamento. Entende-se que o denunciado praticou crime de calúnia, já que afirmou de forma falsa que, determinada pessoa do partido cometeu um crime”.

A saída de Fabiano dos Santos nada teve a ver com as acusações que pesam contra ele — reveladas pela imprensa e potencializada pela campanha de Eduardo Pimentel (PSD). Dentre as acusações, está o fato de Fabiano dos Santos ter sido preso em flagrante, em janeiro deste ano, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) conduzindo um carro roubado. O ex-presidente do PMB alega que quando comprou o veículo não sabia que era roubado.

“Não quisemos comprometimento”, disse Fritz ao Blog

Ao Blog Politicamente Fritz afirmou, na tarde desta quinta, que a nova direção achou por bem não se envolver, considerando que os membros acabaram de assumir suas funções. “Assumimos já devido a uma discórdia da nacional com a antiga comissão provisória, que ia lançar a Graeml. A nacional não tinha esse projeto e houve uma ruptura. E assumimos o estadual, ficamos na nossa”, disse o presidente do PMB.

Segundo ele, também não houve procura da campanha de Cristina pelo diretório estadual.

“Até agora ninguém veio conversar conosco, então estamos neutros. Assumimos devido a esse imbróglio e não quisemos comprometimento”, declarou.

Fritz finalizou afirmando que o PMB está “aberto a conversas” e que, como a nova direção estadual assumiu há pouco tempo, tiveram muito trabalho no auxilio a candidatos da legenda nos 52 municípios nos quais o partido concorreu — e elegeu seis vereadores –, por isso resolveram “não se incomodar com Curitiba”.

O Blog também procurou pela campanha de Cristina Graeml, na sequência, mas não houve interesse por parte da coordenação em comentar sobre a falta de apoio do próprio partido.

Por pouco, Cristina Graeml não deixou de concorrer

Às vésperas da convenção do PMB para lançamento da campanha de Cristina Graeml à prefeitura de Curitiba pelo diretório local, no dia 5 de agosto, a executiva nacional do PMB dissolveu os diretórios municipal e estadual. A direção do PMB alegava que Cristina “não estava alinhada com as bases ideológicas do PMB”.

Fabiano Santos em evento de pré-campanha do PMB (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

 

Com um discurso totalmente contrário ao de Cristina, defensora das pautas conservadoras, uma ala do partido defendia uma aliança com o PSB de Luciano Ducci e, portanto, apoio ao candidato do presidente Lula na capital paranaense. Era um alinhamento semelhante ao que já ocorria em São Paulo, onde o PMB já caminhava desde a pré-campanha de braços dados com Guilherme Boulos (Psol), assim como neste segundo turno.

Após a intervenção, o então presidente estadual do PMB, Fabiano dos Santos, ingressou com mandados de segurança na Justiça Eleitoral. Ele teve o pedido acatado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conseguindo o PMB restituir o comando dos diretórios e garantir a candidatura de Cristina Graeml, que, mais do que a participação no pleito, conseguiu transpor o desafio de seguir para o segundo turno.

Quando procurado pelo Blog, Fabiano dos Santos considerou que a expulsão foi “algo forjado, que não tinha assinatura, que não tinha provas”. Ele disse ainda que pediria a intervenção partidária judicialmente.

Redação:

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