A Copel (Companhia Paranaense de Energia) terá de desembolsar quase R$ 3,8 bilhões para renovar por mais 30 anos o contrato de concessão do conjunto das Usinas Hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias — as três consideradas pela estatal como principais no Estado, tendo a primeira como a mais importante geradora de energia da estatal.
A cifra foi estipulada pelo Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia (MME), e divulgada numa portaria interministerial, MME e Fazenda, nesta terça-feira (11) em Diário Oficial da União. A decisão pela renovação já foi tomada pelo comando da Copel, já que as hidrelétricas estão próximas do prazo de validade.
Ao estabelecer o valor de outorga de concessão de geração de energia destas três hidrelétricas, o Governo Federal responde a uma consulta feita ano passado pela Copel que manifestou interesse na renovação por mais 30 anos.
Antes, porém, fez o dever de casa. Com o impeditivo de renovar pela terceira vez a Foz do Areia, que corresponde a 30% de toda a geração de energia da empresas, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou uma lei que transforma a Copel em uma corporação. Agora, na prática, a Copel poderá adquirir 100% da Foz do Areia e não corre o risco de perder o controle.
Caso a lei não fosse aprovada, a Copel teria de vender 51% da Foz do Areia ou disputá-la em leilão — tendo que competir com grandes empresas internacionais.
Estipulado o valor de R$ 3,8 bilhões, a Copel aguarda agora a conclusão do trabalho de uma empresa de assessoria financeira, contratada pela estatal, para informar o que o mercado chama de Valuation — nada mais é que avaliar o valor da empresa.
A partir daí, com esta avaliação feita e com acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, a Copel fará oferta pública de distribuição de ações e/ou certificados de depósito de ações (Units) que deve acontecer, segundo cronograma da Copel, até outubro. O recurso levantado com esta oferta pública é que deve pagar a renovação dos contratos das três hidrelétricas.