O Ministério Público do Paraná abriu uma investigação para apurar a nomeação de um diretor da Copel e supostas irregularidades no processo de privatização da Copel Telecom relacionado à política de distribuição de lucros adotada pela Companhia.
A venda da Copel Telecom foi concluída em agosto do ano passado pelo montante de R$ 2,5 bilhões. A subsidiária tinha sido arrematada pelo grupo Bordeaux Participações em novembro de 2020 na Bolsa de Valores.
Na época, o Governo do Estado informou que e os recursos oriundos da venda da Copel Telecom seriam investidos no crescimento da companhia, com foco na geração e transmissão de energia elétrica. Mas os promotores da Promotoria do Patrimônio Público do MP vão se debruçar numa denúncia sobre a distribuição de lucros da Copel. Isso porque a companhia teria aprovado um repasse de mais de R$ 1,2 bilhão em dividendos aos acionistas — dinheiro este que teria como origem a venda da Copel Telecom.
Nomeação — Os promotores ainda investigam uma eventual violação legal e conflito de interesses na nomeação de Carlos Frederico Pontual Moraes para o cargo de Diretor de Operação e Manutenção de Geração e Transmissão da Copel Geração e Transmissão S.A.
A nomeação de Moraes aconteceu durante a 38 reunião do Comitê de Indicação e Avaliação da Copel na manhã do dia 10 de setembro de 2021. Ele foi ungido ao cargo por unanimidade.
Uma semana depois, o Senge (Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná) veio á público apontar um possível conflito de interesses uma vez que, segundo a entidade, o novo diretor seria sócio de 14 empresas “que têm o mesmo negócio ou são concorrentes de serviços prestados pela Copel”. O sindicato, destaca porém, que a primeira validação do nome de Carlos Frederico Pontual Moraes ocorreu antes da abertura de uma série de empresas, mas a “escolha por unanimidade aconteceu quando a suspeita já tinha vindo à público”.