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A Copel aprovou ontem (18), em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), o aumento de 11,6% nos vencimentos dos diretores e conselheiros da empresa, que entra em vigor a partir de 2024, e ainda uma mudança importante e com impacto para o futuro da corporação. Comecemos pela segundo assunto.
Não é segredo para ninguém que a Copel, quando do processo de transformação de estatal para corporação, manifestou aos acionistas o interesse de entrar no Novo Mercado da B3 — mas o tema foi retirado de pauta da AGE depois que o BNDES, através do BNDESPar, empresa de participações do banco de fomento, alegou que o ingresso na nova modalidade “diluiria os interesses econômicos e políticos”.
A ideia esfriou, mas volta agora pode voltar à mesa de discussão. Na Assembleia de ontem, os acionistas aprovaram, por maioria, o desfazimento das Units — que nada mais é que um pacote de negociadas em conjunto. No caso da Copel, o programa de Units, é composto por uma ação ordinária e quatro ações preferenciais classe “B”.
Acontece que para entrar no Novo Mercado, “ambiente” em que as empresas operam no mais elevado padrão de governança corporativa, as empresas podem emitir apenas ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON). A mudança promovida ontem é mais um passo para o ingresso na nova modalidade — sem que, é claro, seja debatida em Assembleia.
Os acionistas deram o aval ontem para os administradores da Copel “praticarem todos os atos que se fizerem necessários ao desfazimento do Programa de Units, podendo, para tanto, praticar ou fazer com que sejam praticados quaisquer atos e/ou negociar, aprovar e firmar quaisquer contratos, comunicações, documentos ou instrumentos que considerarem necessários ou apropriados”. Na prática, é apenas uma mudança na classificação jurídica para o mercado. Sexta-feira (22) será o último dia de negociação dos Units.
Além do desfazimento das Units, ainda foi aprovado um reajuste no salário dos diretores e conselheiros da Copel — que estavam congelados desde 2018. O índice de 11,61% é cerca de 50% da inflação acumulada dos últimos cinco anos. Os copelianos, por sua vez, têm correção inflacionária anual, além de avanços na carreira, dentro da política salarial mantida pela Copel.
Para garantir este acréscimo nos vencimentos de diretores e conselheiros da Copel em 2024 e também à recomposição do programa de metas por desempenho, que só é pago se as metas do ano forem alcançadas foi aprovada uma suplementação de R$ 5,6 milhões. Este programa de metas é extensivo a todos os funcionários da empresa, porém, para os diretores é necessária a aprovação dos acionistas.
Ano passado a meta não foi batida muito em função de uma mudança no regramento federal, na gestão do ex-presidente Bolsonaro, em que retirou uma boa parte de recursos do setor elétrico.