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Por Carol Nery
Um dia após anunciar o advogado Walter Petruzziello como seu vice-prefeito, afastando assim os boatos de uma desistência nestas eleições municipais de 2024, a candidata Maria Victoria, do Partido Progressistas (PP), lançou oficialmente a candidatura à prefeitura de Curitiba. Foi na manhã deste sábado (3), em convenção do PP em conjunto com o, até aqui, único aliado PRD (Partido da Renovação Democrática), no Palácio Garibaldi.
A própria candidata afirmou, no início do discurso, que “não sabia até pouco tempo se sairia candidata”. De fato, os planos inicias do PP não previam uma pré-candidatura. O deputado federal Ricardo Barros até que tentou, e muito, colocar a filha como vice de Eduardo Pimentel (PSD), candidato apoiado pelo governador Ratinho Junior, mas as negociações não evoluíram como o desejado. Assim como não evoluiu a tentativa de fazer Maria Victoria a próxima 1ª secretária da Assembleia Legislativa.
Sem acordos, o jeito foi apostar em uma candidatura própria e bater o martelo o mais rápido possível sobre quem seria o vice. Ricardo Barros sabe da limitação eleitoral em Curitiba e que uma eleição em 24 pode ser um excelente recall para 26, quando Maria Victoria deve renovar o mandato no legislativo estadual.
Estratégico, Ricardo Barros já está de olho no dia 6 de outubro e num, quase certo, 2º turno em Curitiba. Com previsão de uma disputa acirrada, o mandachuva do PP sabe que o partido pode ser mais valorizado a partir de outubro do que foi agora.
Esta é a segunda vez que Maria Victoria tenta ser a primeira mulher prefeita da capital paranaense. A primeira vez foi em 2016, pelo próprio PP, quando a candidata obteve 5% dos votos. Diferentemente desta eleição, contudo, a progressista vinha naquele ano coligada com outros cinco partidos — PRTB, PR, PHS, PMB e Solidariedade.
Agora, Maria Victoria tem o apoio do nanico PRD — que, inclusive, tem quase toda sua base diretiva empregada no Palácio Iguaçu. A filha de Ricardo Barros, no entanto, afirmou ao Blog Politicamente que não teme que o novo cenário, oito anos depois da candidatura de estreia, possa resultar em números inferiores.
“Muita coisa mudou de lá para cá e o Partido Progressista cresceu muito. Nós tínhamos poucos deputados estaduais [em 2016] e hoje temos uma bancada de dez deputados estaduais e federais no Progressista. A gente tem uma expectativa sim de melhorar nossa votação, com nossas propostas. Vamos fazer uma campanha limpa, propositiva. Queremos contribuir com o debate e temos uma expectativa de fazer bonito, uma boa votação”, disse Maria Victoria.
Outro desafio é o fato do PP se colocar nestas eleições de 2024 como um dos principais adversários dos candidatos do governador Ratinho Junior nas maiores e principais cidades do estado — Cascavel, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Londrina, além de Curitiba. Para Maria Victoria, uma configuração que não deve abalar a relação com governador após as eleições.
“O relacionamento com Ratinho é ótimo. Sou base do governo do Ratinho, a gente assegura a governabilidade dele na Assembleia. Temos um excelente relacionamento também com o prefeito Rafael Greca, com os outros candidatos que também estão disputando esse pleito. Não é nada pessoal, é uma questão política, de posicionamento partidário, e a gente quer somar sempre”, declara a pré-candidata.
Maria Victoria lembra que o PP tem 170 candidatos a prefeito no Paraná e mais de 100 candidatos a vice-prefeito, além de chapas completas de vereador. “O partido só tem a crescer e queremos sim, em 2026, ser a maior força política do Paraná”.
O anúncio de Petruzziello na vice às vésperas da convenção foi uma solução caseira encontrada por Ricardo Barros, diante da dificuldade de fazer alianças e da escassez de partidos ainda sem compromisso para 2024 — muitos deles já fechados com a pré-candidatura de Eduardo Pimentel (PSD), o nome oficial dos palácios Iguaçu e 29 de Março.
Em seu discurso, o candidato a vice-prefeito garantiu o suporte na caminhada de Maria Victoria à prefeitura de Curitiba. “Vamos formar uma dupla extraordinária. Quero ser suporte em todos os sentidos, seja pessoal, na campanha e, futuramente, na prefeitura. Ela terá todo o meu apoio. Tenho absoluta convicção de que será uma excelente prefeita para Curitiba”, afirmou Petruzziello, pai do vereador Pier Petruziello, que chegou a ser convidado para ser vice, mas declinou do chamado.