Deltan Dallagnol foi o primeiro. Após largar a carreira no Ministério Público Federal (MPF), onde chefiou a Lava Jato, e se eleger deputado federal do Paraná, sendo o campeão de votos com quase 345 mil votos, Deltan foi alijado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a cassação do mandato.
Embora ainda haja recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) são quase nulas as chances de Deltan salvar o mandato.
Nos bastidores em Brasília, comenta-se que o ex-juiz e atual senador Sergio Moro pode ser o próximo. Ele responde a um processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná que pode lhe custar o mandato. A acusação é de suposta prática de abuso de poder econômico, mau uso dos meios de comunicação e arrecadação e gastos eleitorais ilícitos — que pode resultar na cassação de mandato, além da declaração de inelegibilidade por 8 anos.
Moro ainda é alvo de um inquérito no STF por suposta prática do crime de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes — o processo está sob a relatoria da ministra Carmen Lúcia.
Delegados da PF — Mas parece que não vai parar por aí. O Blog Politicamente apurou que alguns delegados da Polícia Federal que investigaram os casos descobertos pela Lava Jato podem ser os próximos alvos.
Uma fonte do blog informou que o principal caminho para investigar estes delegados é um inquérito que apura a possível instalação de um aparelho de escuta, um grampo, na cela do doleiro Alberto Youssef na superintendência do Paraná.
O aparelho foi encontrado pelo próprio doleiro. O caso já foi investigado e, na época, arquivado por determinação judicial. Mas o inquérito foi reaberto por determinação do juiz federal Eduardo Appio, que assumiu a 13° Vara Federal de Curitiba. No despacho que reabriu a investigação, Appio diz que “existem indícios concretos e documentos acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem”.
Appio acabou afastado por determinação do Tribunal Regional Federal da 4° Região, por suspeita de ter telefonado para o filho de um desembargador do TRF4 e feito ameaças.
Os depoimentos e decisões da época, aos poucos, estão vindo à tona a conta-gotas. Os “dissidentes” da Lava Jato, como foram apelidados alguns delegados, devem voltar aos holofotes para recontar o caso do grampo na cela de Youssef.
Uma fonte da PF do Paraná diz que existe um sentimento de caça às bruxas e um certo temor com relação a esta investigação. Uma equipe da Corregedoria da Polícia Federal de Brasília pode desembarcar em breve em Curitiba para conduzir o caso envolvendo os delegados.