A Cemig, Companhia Energética de Minas Gerais, vai seguir os passos da Copel e deve se transformar muito em breve numa corporação. Nesta semana, o governo mineiro, comandado por Romeu Zema, anunciou a intenção de transformar a Cemig numa corporação sem a figura do acionista controlador, mas mantendo, o poder de veto, a golden share, em decisões consideradas estratégicas. O plano foi apresentado por Zema aos 50 dos 57 deputados da base, já que será necessária a aprovação dos deputados estaduais, assim como aconteceu aqui no Parana.
A Cemig não se pronunciou sobre o anúncio nem divulgou qualquer comunicado ao mercado ou aos seus acionistas. Mas o processo é extremamente semelhante ao rito adotado aqui pelo governo do Paraná para transformar a Copel numa corporação. A diferença é que a Constituição do Estado de Minas Gerais prevê a realização de um referendo popular para a privatização de estatais nas áreas de energia e abastecimento de água. Portanto, Zema terá que primeiro mudar a constituição estadual para depois transformar a Cemig numa corporação.
Conta uma boa fonte mineira do Blog Politicamente, que toda esta similitude com o processo de transformação da Copel em corporação não é por acaso. Não é uma coincidência. A discussão sobre a privatização da Cemig é até anterior ao da Copel, mas depois que o Governo do Paraná colocou o plano de privatização da Copel em curso, algumas autoridades mineiras pegaram o avião e desembarcaram em Curitiba para um reunião multisetorial na Copel.
Teriam vindo deputados e secretários de Minas Gerais, além de representantes da Cemig, para uma longa e proveitosa reunião na sede da Copel — quando foi detalhado os caminhos e as estratégias adotadas aqui pelas terras das araucárias. Parlamentares paranaenses, assim como membros do Executivo e da Copel explicaram detalhadamente o processo — que será replicado pela base governista de Zema na Assembleia mineira.
Depois de mudar a constituição, sobre a questão da necessidade de um referendo, a Assembleia de Minas vai colocar para votação a mudança da Cemig em corporação. O governo Zema já explicou para a base aliada que a concessão de importantes usinas da Cemig vencerão nos próximos anos, uma em 2026 e outra em 2027.
Juntas elas representam 58% da capacidade de geração de energia da Cemig. Pela regra federal, por ser uma estatal, a Cemig, não poderia renovar novamente a concessão das usinas, sem que houvesse a alteração legislativa. O mesmíssimo roteiro desenhado aqui no Paraná com a Copel. Ao que tudo indica, o Estado de Minas Gerais será o primeiro a seguir os mesmos passos na questão da privatização da Companhia de Energia.