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Deve vir de Brasília, mais precisamente do capitão Jair Bolsonaro o pedido, para ficar simpático, ao União Brasil do Paraná para segurar o voo do ex-juiz federal Sergio Moro.
Animado com as pesquisas internas, Moro tem desfilado nas cada vez mais minguadas redações dos veículos de imprensa paranaenses alardeando que está a disposição do partido para concorrer a qualquer cargo — até governador do Estado. Moro só não quer ser vice na chapa de ninguém.
Acontece que os planos de Moro, seja Senado ou o próprio governo, colidem frontalmente com as intenções de Bolsonaro. E o Capitão promete jogar pesado para valer suas vontades. O presidente da República quer manter Ratinho Junior (PSD) no Palácio Iguaçu e vai se empenhar pessoalmente para fazer o deputado federal Paulo Martins senador pelo Paraná.
O único ponto de convergência entre o Capitão e o ex-juiz seria uma candidatura à Câmara Federal — o que provoca largos sorrisos na atual bancada federal do União e dos postulantes à uma cadeira em Brasília, já que espera-se que Moro possa fazer uma expressiva votação puxando mais candidatos.
Moro tem sofrido reveses. Foi iludido quando flertado com a candidatura presidencial pela terceira via. Depois o União cogitou ignorar os demais partidos de Centro e lançar candidatura puro sangue — mas a legenda preferiu lançar o inexpressivo Luciano Bivar como pré-candidato ao Palácio do Planalto. O último e mais recente foi a tentativa de disputar a eleição pelo Estado de São Paulo.
De volta à terra das araucárias foi muito bem recebido, principalmente por aqueles que enxergam em Moro um bilhete quase premiado para Brasília.
Caso o União Brasil do Paraná se curve ao “pedido” de Bolsonaro a disputa pela Câmara Federal vai ganhar contornos de Fla x Flu. Ou de um tenso Atletiba, para ficarmos nos costumes paranaenses.
De um lado Moro e o ex-chefe da Lava Jato e procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos). No outro corner o ex-governador Beto Richa (PSDB) e a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann. Ambos alvos das denúncias de Deltan e das canetadas de Moro no transcorrer das infindáveis fases da Operação Lava Jato.