Quem acompanha as redes sociais dos pré-candidatos a prefeitura de Curitiba, percebeu nas últimas semanas que a campanha já começou — pelo menos na internet. E o tom das postagens, dá um spoiler do que está por vir. O alvo foi o prefeito Rafael Greca (PSD), mas a intenção é atingir Eduardo Pimentel.
O deputado estadual Ney Leprevost, pré-candidato do União Brasil, Luizão Goulart, do Solidariedade, e Deltan Dallagnol do Partido Novo postaram vídeos criticando a gestão do alcaide da capital paranaense. Não é coincidência. A estratégia é clara: apontar problemas da atual gestão para minar o candidato de Greca e do governador Ratinho Junior.
Luizão Goulart reproduziu vídeos de ruas alagadas em Curitiba para criticar a gestão de Greca depois das fortes chuvas que castigaram a capital no início de fevereiro. Ney e Deltan miraram a interminável obra da Linha Verde — que, aliás, o prefeito disse que vai acabar em junho deste ano. O pré-candidato do União Brasil, disse em vídeo publicado nos perfis da rede social que a obra da linha verde é um exemplo de descaso da gestão publica.
A Linha Verde — Deltan Dallagnol foi o mais crítico. O ex-chefe da Lava Jato no Ministério Público Federal reproduziu uma entrevista de Greca em que o prefeito culpa a Lava Jato pelo atraso da obra da Linha Verde. “O atraso da obra da Linha Verde é de 15 anos e a culpa é de falhas nos projetos da prefeitura “, disparou Deltan nunca clara estratégia de afastar Greca do lavajatismo ou dos eleitores de Curitiba entusiastas da quase extinta operação Lava Jato.
Deltan foi além e tentou carimbar em Greca a pecha de comunista ao dizer que ele apoia políticos do regime ao citar o trecho da entrevista em que o prefeito elogia a nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. “Flávio Dino tem orgulho de ser comunista — um regime que matou mais de 100 milhões de pessoas”, disse. Num único vídeo, Deltan tenta carimbar em Greca o rótulo de comunista e de ser contra a Lava Jato.
Até o início da campanha, os pré-candidatos precisam andar na linha tênue e calibrar as críticas e golpes para que fiquem acima da linha da cintura. A história mostra que o eleitor tende a rejeitar o ataque vil.
“Frouxos intestinais” — Nem bem as fantasias do Carnaval foram penduradas e o tiroteio entre os pré-candidatos já começaram na internet. É um sinal de que a campanha para a prefeitura de Curitiba será tensa e quem sabe até raivosa. Como dizia o saudoso jornalista político Fábio Campana, a expectativa é que muitos candidatos poderão ser acometidos de “frouxos intestinais”.