O ataque é a melhor defesa. Foi esta a estratégia colocada em prática pela base do prefeito de Curitiba Rafael Greca (PSD) durante a sessão plenária desta quarta-feira (1°) na Câmara Municipal.
Com o aumento da passagem de ônibus na capital de R$ 5,50 para R$ 6, que passou a vigorar já nesta quarta, o Palácio 29 de Março já tinha ciência que a oposição — em especial o PT –, concentraria todas suas forças para criticar o reajuste.
Com poucos argumentos para defender o reajuste na tarifa, previsto por contrato, a estratégia desenhada foi atacar um outro aumento que também passou a valer hoje — o dos combustíveis, anunciado pelo Governo Federal.
Os impostos sobre a gasolina e o etanol voltaram a ser cobrados depois de um ano zerados. Com a decisão do Ministério da Fazenda, a reoneração foi de R$ 0,47 para a gasolina e de R$ 0,02 para o etanol. Em Curitiba, tem posto cobrando mais de R$ 6 o litro da gasolina.
PT bate na tarifa R$ 6 — Petistas concentraram seus discursos na crítica dos R$ 6 da passagem de ônibus em Curitiba, anunciado pelo prefeito Greca. Foi assim com a vereadora Giorgia Prates e Angelo Vanhoni.
“Não basta enfrentar superlotação, assédio, assalto, falta de acessibilidade, demissão de trabalhadores, em especial das mulheres, da falta de estrutura dos pontos e da manutenção das catracas, e o fato da Urbs ficar com seu dinheiro caso não use o valor do cartão no tempo que eles determinam. Além disso tudo, Curitiba acha justo que sua população acorde com aumento do valor da passagem para o valor de R$ 6 com menos de 10 horas de antecedência”, questionou Giorgia Prates.
Aliados criticam gasolina a R$ 6 — Os governistas rebateram em seguida. Rodrigo Reis (União Brasil), o líder de Greca na Câmara, Tico Kuzma (Solidariedade) e o 1° vice líder, Bruno Pessuti (Podemos), falaram sobre o aumento dos combustíveis. Como líder, Tico disse entender as críticas, mas fez questão de lembrar que o sistema de transporte é integrado o que permite “deslocar grandes distâncias pagando uma única passagem, como ir de Fazenda Rio Grande para Almirante Tamandaré”.
Pessuti, por sua vez, não criticou o aumento, mas também não fez uma defesa ferrenha. Preferiu atacar o contrato. “Se há uma coisa boa é que este contrato se encerra em 2025. Hoje somos reféns de um contrato mal feito há 10 anos”, disse ele, defendendo a uma nova licitação “mais sustentável do ponto de vista financeiro e bom para o trabalhador”.
E o cidadão? — No centro da briga política travada entre oposição e governistas está o cidadão curitibano que independentemente do viés político terá de pagar mais de R$ 6 no litro de gasolina e R$ 6 na passagem de ônibus em Curitiba. Parafraseando o lendário Alborghetti, “Tudo que pinta de novo, pinta no rabo do povo”.