A Câmara Municipal de Curitiba aprovou na sessão da manhã desta terça-feira (16) uma moção de desagravo à cidade de Curitiba em repúdio a declaração do ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no Programa Roda Viva.
A moção foi aprovada por 28 parlamentares, três foram contrários: os petistas Giorgia Prates e Professora Josete e a vereadora Maria Letícia do PV. Após a votação, o vereador Pier Petruzziello (PP) justificou o voto: “A Câmara faz um gesto politico para mostrar que não gostamos como o ministro se referiu à cidade de Curitiba. Não é um voto dizendo que o ministro não presta, que nunca mais vai pisar aqui. É um voto dizendo ministro, o senhor falou uma coisa muito errada sobre a cidade de Curitiba. Por isso votei o desagravo à fala do ministro Gilmar Mendes ao Program Roda Viva. Acho que o o assunto tem que ser esgotado. O ministro se justificou, não gostei da sua justificativa, foi muito fraca. Porém, foi lá no twitter e mostrou que se equivocou, que falou uma bobagem. Todo mundo tem direito de errar, o ministro errou”, disse o parlamentar.
Durante a entrevista ao programa, Gilmar Mendes fazia uma crítica à atuação da Lava Jato quando disparou: “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as praticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”.
A fala pegou muito mal e provocou reação imediata na classe política de Curitiba e do Paraná — com manifestação pública do governador Ratinho Junior, do prefeito Rafael Greca, de um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, além de vereadores e vários deputados estaduais. O Blog Politicamente mostrou que Gilmar Mendes chegou a ligar para o prefeito Greca para falar sobre o assunto.
Outras duas iniciativas envolvendo esta polêmica com o ministro decano do STF estão tramitando na Câmara. Um, do vereador Rodrigo Reis (União Brasil), que torna o ministro ”Persona Non Grata” na cidade de Curitiba, por ter “proferido palavras de baixo calão, racistas e preconceituosas em relação ao povo de Curitiba”. Esta proposta pode ser votada já na sessão desta quarta-feira (17).
Outro, do vereador Professor Euler (MDB) que cassa o título de cidadão honorário de Curitiba concedido em 2002 a Gilmar Mendes, deve demorar mais um pouco para ser apreciado no planeio, já que como prevê a revogação de uma lei, esta proposta tem que tramitar pelas comissões da Casa.