O ex-governador e ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa, está neste momento reunido com a cúpula do PL nacional, em Brasília, para acertar os últimos detalhes da filiação ao partido de Bolsonaro e do anúncio da pré-candidatura à eleição de outubro. A informação foi confirmada por uma fonte do Blog Politicamente.
Nas próximas horas, o PL e Beto Richa farão o anúncio oficial com direito até a foto posada ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O registro fotográfico chegará ao Paraná com a mensagem bastante clara e direta: Beto Richa vai avocar para si o título de candidato de Bolsonaro em Curitiba e principal antagonista do PT de Lula — até pelo histórico de embate contra os petistas na capital e no Estado. Isso tudo com o “Talquei” do Capitão.
A ida de Beto Richa para o PL é fruto de uma negociação muito bem costurada nos bastidores, já há algum tempo, que agora vem a público com um anúncio que vai mexer no cenário da disputa pela prefeitura de Curitiba. Ao mesmo tempo em que se rotula como “o homem do Capitão”, a filiação ao PL levará os demais pré-candidatos para o centro-direita.
Saída pela porta da frente — Ao mesmo tempo que trata dos últimos detalhes da filiação ao PL, o ex-governador está azeitando a saída com a cúpula nacional PSDB para deixar a porta aberta no ex-partido — com a promessa de manutenção do mandato de deputado federal. Mas, conta uma boa fonte próxima a Beto Richa, que ele estaria disposto até mesmo a ficar sem mandato para disputar o Palácio 29 de Março.
A primeira vez em que Beto Richa disputou uma eleição na capital foi em 2000, quando foi vice na chapa vencedora de Cássio Taniguchi. A partir daí, ele enfileirou triunfos. Em 2004, tornou-se prefeito, tendo Luciano Ducci como vice. Quatro anos depois, foi reeleito com 77% dos votos, saindo dois anos depois, em 2010, para ser governador do Estado. Em 2014, conquistou a reeleição para mais quatro anos no Palácio Iguaçu, deixando o cargo em abril de 2018, quando teve que descompatibilizar do cargo para concorrer à vaga ao Senado Federal.
Revés — No dia 11 de setembro daquele ano, a menos de um mês da eleição que parecia tranquila para a Câmara Alta, Beto Richa vê o mundo desmoronar quando é preso em duas operações deflagradas simultaneamente: a Rádio Patrulha e Piloto. A primeira era fruto de uma investigação do Gaeco e a segunda uma das muitas fases da Operação Lava Jato, que cumpriu buscas na casa do ex-governador. O inferno astral estava armado. Nem mesmo Fernanda Richa, ex-primeira-dama, foi poupada.
Pouco mais de seis anos depois, às vésperas do Natal de 2023, Beto Richa consegue anular todas as operações em que foi alvo e os consequentes processos criminais após uma decisão monocrática do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) — benefício estendido a praticamente todos os investigados nas ações policiais. Embora ainda careça de confirmação do pleno da Suprema Corte.
Mantra — É este discurso que Beto Richa quer levar a todos os curitibanos tanto na pré, quanto na campanha eleitoral de 2024, quando terá acesso ao polpudo fundo partidário e generosos minutos no horário eleitoral assegurados ao PL. A manifestação, que ele repetirá como um mantra, está pronta: não responde a nenhum processo na Justiça e está pronto a servir novamente à população de Curitiba. Resta saber qual será a reação do eleitorado da capital paranaense.