Por Carol Nery
O deputado federal Beto Preto (PSD) foi convocado pela campanha de Eduardo Pimentel (PSD) para mobilizar os servidores da saúde da capital paranaense em favor especialmente da vacina. Ele, que foi secretário da Saúde do governo de Ratinho Junior (PSD) durante o período da Covid-19 , fez uma publicação das redes sociais pedindo que os trabalhadores da área da saúde produzam um vídeo em apoio à campanha do atual vice-prefeito.
“Esse é o momento da gente unir forças em torno de um bem comum. É tempo de esquecermos as nossas eventuais diferenças e não ficar calado para defender a vida em Curitiba. Por isso, tenho um pedido para você, especial, que atua na área da saúde: grava um vídeo curto, de seu celular, mostrando que está junto conosco na campanha pela vacina, pela vida, pelo bem comum aqui em Curitiba. Por isso, peço seu apoio, nesse vídeo curto, para falar do Eduardo Pimentel, 55. Esse é o nosso lado. Vamos em frente”, diz Beto Preto.
Quem tem acompanhado os passos dos candidatos nos últimos dias, consegue perceber que se trata de uma clara estratégia da campanha de Eduardo para mobilizar a equipe da saúde e contrapor a adversária, Cristina Graeml (PMB) — principalmente na questão da vacina da Covid-19, tema que foi abordado pela candidata numa entrevista à rádio em que ela fez críticas à gestão de Rafael Greca/Eduardo Pimentel na fase da pandemia.
Na ocasião, Cristina cutucou a deputada estadual Márcia Huçulak, que era a então secretária da Saúde de Curitiba na época da pandemia e, portanto, quem esteve à frente das decisões naquele o período. A jornalista disse que aquele foi “um dos piores anos das nossas vidas” e questionou ao público: “É isso que vocês querem, médicos esquerdistas? Porque são os médicos esquerdistas que estão fazendo barulho e, com todo respeito a vocês e à ideologia de vocês, eu realmente vou governar pra todos”.
Além disso, Cristina reafirmou a nomeação da médica mineira Raíssa Soares, conhecida como Doutora Cloroquina, caso seja eleita prefeita no dia 27 de outubro. Ela atuou como secretária da saúde de Porto Seguro, na Bahia, e foi afastada do cargo a pedido do Ministério Público baiano pela condução da gestão durante a pandemia.
Huçulak volta a rebater Cristina Graeml, desta vez em sessão da Alep
Na sexta-feira (11), a deputada Márcia Huçulak rebateu Cristina. Ao Blog Politicamente, a ex-secretária da saúde manifestou “indignação” e classificou as palavras da candidata como “provocação primária” e de “forma mentirosa, negacionista e irresponsável”. Em seu discurso na tarde desta segunda-feira (14) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a parlamentar voltou a se manifestar sobre as declarações e a promessa de Cristina de nomear a médica Raíssa Soares como secretária municipal da saúde.
“Subo a esta tribuna hoje com um sentimento de indignação, mas também com o senso de responsabilidade, especialmente quando o assunto é Saúde Pública. Na semana passada, fui alvo de infâmia vinda da candidata negacionista. De forma totalmente raivosa, como lhe é peculiar, a candidata atribuiu a mim e à atual gestão do município, “os piores anos vividos por Curitiba”, em decorrência da pandemia de covid-19″, disse Huçulak, na abertura de seu discurso.
Conforme a ex-secretária, Curitiba teve o menor número de óbitos entre as capitais do país, durante a pandemia, e fez uma comparação à cidade de Porto Seguro, onde atuou a médica Raíssa no período da pandemia. “A famosa Dra Cloroquina, que a candidata cita como uma sumidade em saúde, na cidade onde foi secretária, por 10 meses em 2021, teve percentualmente mais óbitos que Curitiba, relativos aos casos graves”, afirmou.
Huçulak destacou a letalidade em todas as faixas etárias e citou alguns exemplos. “Em Curitiba, na faixa etária de 50 a 59 anos, o percentual de óbitos foi de 28%; em Porto Seguro, sob o comando da Dra Cloroquina, foi de 40%. Na faixa etária de 80 anos ou mais, em Curitiba, foi de 59%; em Porto Seguro, de 71%. Na média, Porto Seguro, que é uma cidade ao Sul da Bahia, com 160 mil habitantes, não chega a 10% da população de Curitiba e teve um percentual de óbitos maior que Curitiba”, pontuou.
A deputada também defendeu a vacina. “A solução, segundo veio pela vacina, pela ciência que o mundo tem à disposição e à qual a Doutora Cloroquina e sua candidata também se opõe”, disse.