Não chega a ser uma surpresa porque todas as conversas dos partidos de esquerda convergiam, há algum tempo, para este desfecho. Mas a vaga de vice ainda era motivo de especulação. Uma ligação recebida pelo Blog Politicamente com o DDD 61 confirma e crava a chapa Luciano Ducci (PSB) e Goura Natarj (PDT) para representar a frente ampla de esquerda na disputa pela prefeitura de Curitiba na eleição de outubro.
A informação, obviamente, ainda não é, e não será, confirmada pelos envolvidos. Isso será feito daqui a algumas semanas. O martelo está batido com o pleno aval tanto da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a Gleisi Hoffmann, quanto do presidente Lula. Os olhos do PT não estão só em 2024, mas também no processo de reeleição de Lula em 2026. Abre-se mão do protagonismo na eleição que se avizinha para ganhar musculatura para o pleito presidencial daqui a dois anos. O comando geral da campanha de Ducci vai ficar, porém, nas mãos do PT.
O PT, portanto, será aliado, o maior e mais importante, na candidatura do ex-prefeito Luciano Ducci. Gleisi ainda chegou a comentar, numa entrevista concedida à rádio Banda B e ao Blog Politicamente, que seria mais que natural que o PT reivindicasse à vice de Ducci. Alguns nomes chegaram a ser sondados, mas o que prevaleceu foi a estratégia nacional de um plano macro. Fortalecer agora aliados e partidos da frente ampla para construção de um robusto palanque para o presidente Lula em 2026.
Avaliação — utro ponto muito considerado internamente foi a avaliação da gestão do presidente Lula em Curitiba e, principalmente, a rejeição dele. Mesmo vencendo a eleição presidencial, e há mais de um ano como presidente da República, Lula e o PT ainda não conseguiram se conectar com o eleitor curitibano. Na eleição de 2022, Lula teve 35% dos votos em Curitiba. É uma margem baixa.
Diante deste cenário, o PT preferiu deixar o protagonismo para os aliados, para fortalecer Lula. Goura, que na última eleição em Curitiba terminou em segundo lugar, atrás do prefeito Rafael Greca, é um nome com boa aceitação pela esquerda curitibana — principalmente entre os mais jovens. A decisão agrada e muito Luciano Ducci que já tinha ciência do bônus e também do ônus de caminhar com o PT na vice.
Prontos. E a direita? — A trincheira do campo da esquerda esta montada e pronta para a eleição. A lição de casa foi feita. Egos foram deixados de lado para um bem maior. Já na outra trincheira, a tendência é haja mais de um pré-candidato da centro direita — embora o governador Ratinho Junior e aliados do Palácio Iguaçu que integram o bunker de Eduardo Pimentel têm feito de tudo para deixar o cenário de nós contra eles. Direita contra esquerda. Lula contra Bolsonaro.
Resta saber se esta polarização tem reflexo e agrada o eleitor curitibano.
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