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Por Karlos Kohlbach
Um assessor de um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná e o filho de um outro magistrado foram alvos de uma operação extremamente sensível e sigilosa da Polícia Civil do Paraná — deflagrada há menos de 10 dias com toda a discrição.
As informações ainda são desencontradas, mas na sede do Poder Legislativo do Paraná o burburinho já ganhou os corredores do prédio. Os nomes dos alvos são mantidos a sete chaves na investigação que corre em segredo de Justiça.
Os policiais tinham ordens judiciais, exaradas pela 1ª instância da Justiça do Paraná, para cumprir dois mandados de busca e apreensão. Um alvo foi encontrado, o outro estaria fora do país. Os mandados ficaram restritos às residências dos investigados e o objetivo era apreender os aparelhos celulares e computadores. O prédio do tribunal não foi alvo da ação — assim como o gabinete do desembargador onde o assessor dá expediente.
O Blog Politicamente apurou ainda que a polícia conseguiu encontrar o assessor em casa, no bairro Uberaba, em Curitiba. O celular dele foi recolhido. Já o filho do desembargador teria informado à polícia que estava na Argentina. Os advogados dele conseguiram no TJ um habeas-corpus em que suspende a ordem de busca e apreensão. Ou seja, o filho do magistrado não terá de entregar os aparelhos eletrônicos.
A operação seria uma continuidade, um desdobramento, de outra investigação em andamento — a Cortina de Fumaça, que apura supostas ilegalidades num processo envolvendo a recuperação judicial e a guerra jurídica envolvendo a Imcopa, gigante processadora de soja com sede em Araucária, e o Grupo Petrópolis do empresário Walter Faria.
Em março deste ano, a Polícia Civil cumpriu 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Araucária e no Estado de São Paulo. A polícia chegou até o assessor e o filho do desembargador depois de extrair os dados do celular de um alvo da 1ª fase da Cortina de Fumaça — que seria de uma empresa de São Paulo. No telefone, foram encontradas mensagens trocadas entre o empresário e o filho do desembargador do TJ — e citações do assessor do outro magistrado, indicando suposto vazamento do conteúdo de votos antes das sessões de julgamento, mediante pagamento de propina.
A suspeita pode recair sobre outros desembargadores que atuaram no processo de recuperação judicial da Imcopa. Diante dos indícios de envolvimento de magistrados do judiciário paranaense, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou um prazo de 60 dias para que o Tribunal de Justiça do Paraná apure a conduta de três desembargadores e mais dois servidores suspeitos de corrupção para favorecimento de empresários interessados em controlar uma empresa de soja no estado. Esta informação do CNJ foi divulgada ontem, primeiramente, pela CNN, e confirmada pelo Blog Politicamente.
O TJ informou, através da assessoria de imprensa, que a instituição contribuirá com o CNJ na investigação e seguirá a decisão dos órgãos superiores.